A Justiça Federal do Paraná retoma nesta quarta-feira as audiências referentes a processos da operação Lava Jato. O Juiz Sérgio Moro começa a ouvir hoje (quarta) réus do processo que apura o envolvimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu no esquema de corrupção da Petrobras.

Além de Dirceu, outros 14 acusados serão interrogados em cinco sessões até o fim de janeiro. Prestam depoimento hoje o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco e os irmãos Milton e José  Adolfo , que atuavam como operadores da diretoria de Serviços da estatal.

De acordo com as investigações, Milton atuava como elo entre a diretoria de Serviços da Petrobras e o Partido dos Trabalhadores (PT). O contato era feito por meio da JD Consultoria, de propriedade do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Milton atuava junto à Engevix, empreiteira com contratos com a estatal e que é acusada de pagar propinas a diretores. Nesta ação penal, referente a 17ª fase da Lava Jato, a chamada operação Pixuleco, o Ministério Público Federal acusa o ex-ministro e os outros investigados de organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A Procuradoria afirma que os crimes foram praticados entre os anos de 2003 a 2015. Segundo as investigações, mais de R$ 60 milhões de reais foram repassados a título de propina como porcentagem do valor de todos os contratos e aditivos celebrados pela Engevix com a Diretoria de Serviços.

Também foram denunciados o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, três diretores da alta cúpula da Engevix, além de cinco delatores da Lava Jato. A audiência de Dirceu foi marcada para o dia 29 de janeiro. As demais audiências serão nos dias 22, 25 e 27.