O ex-ministro José Dirceu presta hoje (sexta) o primeiro depoimento ao juiz federal Sérgio Moro em processo referente a 17ª fase da Operação Lava Jato. A defesa de Dirceu tentou adiar essa audiência até que o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, finalizasse as negociações sobre o acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Moro negou o pedido e, em resposta, explicou que não há previsão legal para a paralisação de qualquer ação penal porque outro investigado negocia colaboração premiada. O advogado de defesa do ex-ministro, Roberto Podval, discorda do posicionamento do Juiz e esclarece que o depoimento deveria ser feito após Dirceu tomar conhecimento prévio de todos os fatos atribuídos a ele, inclusive por delatores.

Esta será a primeira vez que Dirceu falará em juízo e, de acordo com o advogado, o ex-ministro não pretende ficar em silêncio. A defesa considera que a denúncia contra José Dirceu é incompleta e pretende rebater ponto a ponto todas as acusações. O ex-ministro está preso preventivamente desde agosto do ano passado no Complexo Médico Penal, na região de Curitiba. O Ministério Público Federal acusa o ex-ministro e outros 15 investigados por organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A Procuradoria afirma que os crimes foram praticados no âmbito da Diretoria de Serviços da Petrobrás, entre os anos de 2003 e 2015. Segundo as investigações, mais de R$ 60 milhões de reais foram repassados a título de propina como porcentagem do valor de todos os contratos e aditivos celebrados pela Engevix com a Diretoria de Serviços. O ex-vice-presidente da empreiteira Engevix, Gerson de Mello Almada, também tem audiência marcada para esta sexta-feira. Esses depoimentos encerram os interrogatórios que integram a ação penal relacionada à Operação Pixuleco, deflagrada em agosto de 2015.