As empresas brasileiras sentiram o baque da crise econômica de 2014 e 2015, e fecharam o ano passado com uma queda de 8,3% na produção nacional. Os números mostram que não basta ter apenas um bom produto ou um público cativo. É preciso saber administrar e ver oportunidades quando todo mundo só vê pessimismo. Na mais antiga empresa de bebidas do Brasil, a curitibana Cini, a gestão familiar passou por um processo de profissionalização em 2015, após 111 anos de existência. A fábrica viu concorrentes locais como Mate Leão e Fiat Lux serem aos poucos compradas por gigantes multinacionais. Para não sucumbir ao mesmo destino, a família Cini contratou o gestor Rodrigo Marcon para reestruturar toda a indústria. Isto foi em meados de abril do ano passado.

A partir disso, com um novo formato de gestão, a empresa passou a crescer mais do que antes, mas sem mudar o conceito da marca tradicional e conhecido dos paranaenses. Em janeiro, o faturamento foi 10% maior na comparação com o começo de 2015.

Nesta reestruturação, a Cini manteve todos os produtos conhecidos pelos paranaenses. São mais de 50 variedades. Ou seja, segundo Rodrigo Marcon, a mudança mesmo foi apenas na parte de administração.

Já nos refrigerantes conhecidos dos paranaenses, nada foi mudado. Exceto por novos formatos, como as latinhas lançadas no fim do ano passado dos sabores gengibirra, framboesa e citrus. O diretor de marketing, Henrique Domênico, explica que este era um pedido antigo dos clientes, que normalmente só tinham a disposição as garrafas grandes de vidro ou pet.

Com tantos novos consumidores, a empresa precisou investir em novos produtos. Um deles é um energético lançado neste começo de ano, dentro da estratégia de reposicionar a marca.

A nova estratégia da centenária Cini é trabalhar com intensidade nas grandes cidades do interior do estado, entre elas Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel e Foz do Iguaçu, e também em Santa Catarina. Tanto as latas de gengibirra, framboesa e citrus, como o energético Volts, já estão a venda nos supermercados.