Um dia depois da primeira fase internacional da Lava Jato, uma nova fase da operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira (22). 110 mandados judiciais são cumpridos, por 380 policiais. São 67 mandados de busca e apreensão, 28 de condução coercitiva – quando as pessoas são levadas a depor –, 11 mandados de prisão temporária e 04 mandados de prisão preventiva. As ações acontecem em nove estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco.

A 26ª fase da Lava Jato é chamada de “Xepa” e faz uma clara referência à 23ª fase da operação, que teve como alvo o marqueteiro João Santana. Os novos mandados judiciais são decorrentes da análise de parte do material apreendido na Operação Acarajé, que também investiga um esquema de contabilidade paralela do Grupo Odebrecht destinado ao pagamento de vantagens indevidas a terceiros – vários deles com vínculos diretos ou indiretos com o poder público em todas as esferas.

“Xepa”, nome dado à 26ª fase da Lava Jato, é como são chamados os finais de feiras. Há três fases, em cadernos de contabilidade da Odebrecht, a polícia encontrou várias vezes a palavra “feira” – interpretada como se fossem pagamentos de propinas.

De acordo com a Polícia Federal, existem indícios concretos de que a Odebrecht se utilizou de operadores financeiros e doleiros para fazer os pagamentos ilegais. Os investigados podem responder a vários crimes, como os de corrupção, evasão de divisas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

 Os investigados conduzidos coercitivamente serão ouvidos em suas respectivas cidades, enquanto os presos serão trazidos nesta terça-feira (22) para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Nomes de investigados ainda não foram divulgados pelas autoridades policiais. Informações mais concretas devem ser divulgadas durante uma coletiva de imprensa, que geralmente é convocada para o meio da manhã.