Delações de executivos da Camargo Correa cumprem maratona de depoimentos
Foram até as 23h30 da quarta-feira (11) e foram retomados na manhã desta quinta-feira (12), na Polícia Federal de Curitiba, os depoimentos dos executivos da Camargo Correa que firmaram acordo de colaboração nas investigações da Lava Jato. Em salas separadas, estão sendo ouvidos o presidente da empreiteira, Dalton dos Santos Avancini, e o vice- presidente, Eduardo Hermelino Leite. O vice-presidente começou a prestar depoimento na sexta-feira e pode encerrar esta fase de colaboração até amanhã. O presidente, começou a ser ouvido na terça-feira e os depoimentos devem seguir até a semana que vem. A expectativa da defesa dos executivos é de que eles sejam beneficiados dentro de poucas semanas com a transferência da carceragem da Polícia Federal em Curitiba para prisão domiciliar. O conteúdo dos depoimentos dos diretores da Camargo Correa deve ser a porta de entrada da Operação Lava Jato para o setor elétrico.
A empreiteira faz parte do consórcio de empresas que constrói a Usina de Belo Monte, no Pará. O presidente Dalton dos Santos Avancini já teria admitido o pagamento de propina para garantir contratos com o empreendimento. Com orçamento inicial de R$ 18 bilhões reajustado para quase R$ 29 bilhões, Belo Monte já teria acumulado um custo superior a R$ 30 bilhões. A construção é considerada uma das maiores obras de engenharia do Brasil. Na Justiça Federal, as audiências desta quinta-feira tratam das ações penais que envolvem acusações contra executivos da empreiteira Mendes Júnior e contra o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Testemunhas de defesa prestam depoimento por vídeo conferência transmitida a Curitiba.