Protesto na fronteira pede volta da cota de US$ 500 para compras sem impostos
Três pessoas ficaram feridas na queda de um palanque durante o protesto dos comerciantes do Paraguai, realizado na terça (17) de manhã, em Cidade de Leste, na fronteira com o Brasil. Entre eles, o senador paraguaio Eduardo Bernal, que representa o país no Parlamento do Mercosul. Ele sofreu uma fratura nas costas, foi internado para uma cirurgia, mas passa bem. O protesto foi por causa da redução da cota de compras sem a cobrança de impostos, que vai cair dos atuais US$ 300 para US$ 150 a partir de julho. O empresário brasileiro que trabalha no Paraguai, Nader Ali, diz que a crise econômica do país está afetando também os comerciantes da fronteira, e que vai aumentar ainda mais se a cota de compras for realmente diminuída.
Foram cerca de 10 mil pessoas participando do protesto em Cidade de Leste. Eram turistas e comerciantes, que fecharam as lojas de manhã e só reabriram a tarde. Eles fizeram uma mobilização em uma das praças da cidade, com bandeiras e cartazes pedindo que a cota seja elevada para US$ 500, como era antigamente. A prefeita de Cidade de Leste, Sandra Zacarias, pediu uma intermediação de políticos do país com a presidente brasileira Dilma Rousseff.
No fim do protesto, o palco em que as autoridades paraguaias discursavam desabou, e três pessoas ficaram feridas. O prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira (PSB), apoiou o protesto dos comerciantes paraguaios. Segundo ele, a cota de US$ 300 aumentou a arrecadação de impostos dos dois lados da fronteira.
Além de Cidade de Leste, também ocorreram protestos em Salto del Guairá, na altura da fronteira com o Paraná, e em Pedro Juan Caballero, com o Mato Grosso do Sul. A cota atual de compras com isenção de impostos, de US$ 300, começou a valer em 2013. Antes, era de US$ 500, mesmo valor para quem entra no Brasil pelos aeroportos.