Plano estadual da educação barra discussão de gênero nas escolas
Assim como ocorre com os vereadores curitibanos, os deputados paranaenses também querem barrar a discussão de gênero nas escolas do estado. Emendas apresentadas pela deputada da bancada evangélica Claudia Pereira, do PSC, e aprovadas na Comissão de Constituição e Justiça, suprimem termos como LGBT (Lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros). Na sessão de quarta (17), os deputados aprovaram, em primeira discussão, o texto do Plano Estadual da Educação, já com as emendas propostas pela deputada. Durante a sessão, representantes da Frente Parlamentar da Família e da Vida, movimento nacional contrário às discussões sobre gênero e sexualidade nas escolas, lotaram as galerias da Assembleia Legislativa, com faixas em apoio à parlamentar. A presidente do movimento, Marisa Lobo, acredita que a discussão de gênero será reduzida à sexualidade, o que, na opinião dela, traumatizaria as crianças.
Estudantes que foram à Alep em razão dos 70 anos da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes) foram surpreendidos pelas manifestações. É o caso da aluna Luisa Lourenço. Ela acredita que a supressão da discussão de gêneros nas escolas é uma medida fora da realidade.
O Plano Estadual da Educação (PEE) estabelece as diretrizes da educação para os próximos dez anos em todo o estado, tanto nas escolas públicas quanto particulares. Para que o estado não sofra sanções nem perca verbas destinadas à área, o texto precisa ser sancionado pelo governador Beto Richa (PSDB) até o dia 24 deste mês. Na próxima segunda-feira, os deputados voltam a votar o projeto, em segundo turno. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) já emitiu um parecer em que rejeita as emendas parlamentares propostas pela parlamentar.