Após um dia inteiro de sessão na Câmara Municipal, marcada por protestos e estendida além das cinco horas previstas, os vereadores aprovaram segunda (22) o Plano Municipal de Educação com mudanças no texto principal. Das 26 metas previstas para os próximos dez anos, para melhorar o ensino nas escolas de Curitiba, os parlamentares centraram as críticas em apenas uma: a que pretendia levar para a sala de aula a discussão sobre gênero e diversidade. A emenda que suprimia esta meta foi aprovada por 33 votos a favor e um contra, da vereadora Professora Josete, do PT. Houve discussão entre ela e os membros da bancada evangélica, principalmente o vereador Valdemir Soares, do PRB.

A crítica dela foi em cima da falta de uma discussão mais aprofundada de todas as emendas apresentadas, foram 63 no total. Destas, 36 foram retiradas, e 27 votadas. No entanto, logo na primeira, a vereadora Carla Pimentel (PSC) já pediu a retirada de todas as metas que discutissem gênero e diversidade na sala de aula.

O texto original do Plano Municipal de Educação foi discutido pelos professores do Conselho Municipal, e apoiado por entidades de classe como a Ordem dos Advogados do Brasil. No entanto, a opinião contrária à meta teve o coro não só da bancada evangélica, mas também da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e da Cúria Metropolitana. Apesar de ter votado a favor da emenda que suprimiu a questão da diversidade e gênero, o vereador Pier Petruzziello (PTB) reclamou da discussão apenas focando nesta meta.

As metas do Plano Municipal de Educação foram aprovadas na Conferência Municipal de Educação entre os dias 16 e 17 de maio, e só então encaminhadas à Câmara Municipal. Os vereadores discutiram o projeto em cerca de duas semanas, de acordo com o relator Felipe Braga Cortes (PSDB).

O plano ainda vai passar por uma segunda votação terça (23) e irá para a sanção do prefeito Gustavo Fruet. No entanto, precisa ser encaminhado ao Ministério da Educação até quarta-feira.