De janeiro a agosto de 2014, o número de primeiro emplacamento de veículos caiu 10% no Paraná, em comparação com o mesmo período do ano passado. Dados do Departamento de Trânsito do Estado (Detran) revelam que nestes oito meses pouco mais de 220 mil novos veículos foram emplacados. Já em 2013 foram 248 mil cadastros.

O reflexo dessa queda já começa a ser visto nas montadoras e toda a indústria do setor automotivo. Duas fábricas localizadas em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, vão dar férias coletivas aos funcionários. A Renault deve dispensar três mil trabalhadores e na Volkswagen serão 2.500. De acordo com o economista do Dieese, Sandro Silva, entre os fatores que influenciaram essa situação estão: a taxa de juros elevados e a redução do potencial de consumo da população.

 

O setor automotivo foi um dos que mais cresceu nesses últimos 10 anos, com um aumento de 100% na produção de veículos. Além disso, a indústria automotiva foi uma das mais beneficiadas pela política da isenção do imposto. Mas segundo o economista do Dieese, a redução do IPI fez com que os consumidores comprassem mais por um determinado período, só que agora esse potencial estagnou e a conseqüência são veículos parados nas concessionárias e demissões nas montadoras.

 

Só este ano, no Paraná, setecentos trabalhadores foram mandados embora na indústria automotiva e mais de 1.600 no setor de autopeças. No Brasil, o número de demissões já passou de 20 mil.