Sexta-feira (27) é o dia da grande liquidação do comércio conhecida como ‘Black Friday’, que foi importada dos Estados Unidos há alguns anos. No entanto, aqui no Brasil, os consumidores a apelidaram de “Black Fraude”, já que muitas empresas aumentavam os preços das mercadorias para darem descontos artificiais. Um dos que ficam com um pé atrás durante a Black Friday é o ouvinte Alessandro Feitosa.

Um dos ditados que acabou sendo adotado pelos consumidores foi “pagar pela metade do dobro” em um produto. Não a toa, o Procon de São Paulo faz uma lista, ano após ano, com sites e empresas que não honram os descontos. Neste ano, já são quase 500 nomes na lista negra da Black Friday. O mais certo é que as pessoas pesquisem antes os preços dos produtos que querem comprar. No entanto, agora em cima da hora, a advogada Fernanda Carrilho, especialista em direito do consumidor, diz que o consumidor pode contestar depois o preço cobrado.

Após tantos problemas com descontos maquiados, o comércio agora tenta resgatar a credibilidade nas vendas e evitar complicações. Para tanto, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico criou, no ano passado, o selo “Black Friday Legal”, e já teve mais de 500 pedidos. A lista será na noite desta quinta-feira (27). A coordenadora do Procon no Paraná, Cláudia Silvano, recomenda que os consumidores pesquisem o passado das empresas para comprar uma mercadoria.

Alguns estabelecimentos já estão fazendo a Black Friday desde o começo da semana, em uma espécie de “Black Week”. São empresas de viagens, lojas de móveis, clínicas de estética, e até mesmo casas de câmbio que venderão o dólar com 3% de desconto. A ouvinte Ana Paula Gonçalves até gostou de ter mais variedade de locais, mas também ficou com um pé atrás.

Os compradores que se sentirem lesados com as promoções devem procurar o Procon ou outras entidades de defesa do consumidor. Há também o próprio portal do Governo Federal que presta este auxílio, como conta Cláudia Silvano.

É importante, também, ficar atento aos prazos de entrega que, durante as promoções, podem ser maiores. No entanto, a empresa é obrigada a informar o tempo de espera dos produtos. O consumidor também tem o direito de devolver o produto em até sete dias, se ele se arrepender da compra sem motivos.