Quadrilha suspeita de contrabando de agrotóxicos do Paraguai é alvo de operação da Polícia Federal
Uma quadrilha suspeita de operar no contrabando de defensivos agrícolas, foi alvo de uma operação da Polícia Federal, nesta terça-feira (31). As ações aconteceram em Foz do Iguaçu e mais seis cidades do oeste do Paraná, além de um município do Mato Grosso do Sul. Três pessoas foram presas e mais de 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
O grupo é investigado pela importação ilegal de substâncias como o benzoato de emamectina, popularmente conhecido como “Benzo”. O pesticida é usado nas lavouras de soja, milho, feijão e algodão, no combate a um tipo de lagarta comum a essas plantações (helicoverpa armigera). Por ser extremamente poluente, a substância tem a venda controlada do país, na concentração máxima de 5%. Em posse do grupo criminoso, o “Benzo” foi encontrado em concentração até seis vezes maior do que a autorizada.
A Operação Ruta Negra, como foi denominada pela Polícia Federal, cumpriu ordens judiciais de prisão e busca e apreensão nas cidades de Santa Terezinha de Itaipu, Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Ubiratã, Irati e em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso do Sul.
Segundo a PF, a investigação das ações do grupo criminoso começaram em 2019, quando foram realizadas apreensões de cargas de agrotóxicos ilegais vindas do Paraguai. Desde então, a quadrilha está relacionada a outras dez prisões em flagrante delito, por diversos crimes, todas na mesma região.
Nos últimos três anos, integrantes do bando foram flagrados na importação ilegal de agrotóxicos e em crimes conexos, como a receptação de veículos frutos de roubo ou furto, que eram adulterados e usados no transporte dos produtos contrabandeados.
Desde então, uma tonelada de defensivos agrícolas contrabandeados foi apreendida pela PF. O valor estimado dos produtos localizados junto ao grupo criminoso supera os R$ 2 milhões de reais. Agora, o grupo passa a responder pelos crimes de contrabando, receptação qualificada, falsificação de documentos e organização criminosa. Se condenados, a pena pode superar os 35 anos de prisão.
Reportagem: David Musso