Curitiba tem tendência de queda de casos de síndrome respiratória grave, porém, a transmissão segue em nível muito alto na cidade. É o que aponta pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que coloca Curitiba entre as capitais que apresentam tendência de queda a longo prazo, mas que estão em alerta com, ainda, uma frequência de casos. No cenário nacional, a pesquisa aponta para indícios de estabilidade na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de crescimento leve na tendência de curto prazo (últimas três semanas), o que ainda é considerado compatível com um quadro geral de estabilidade.

Para o coordenador do estudo, Marcelo Gomes, apesar do cenário de estabilidade, o crescimento leve no curto prazo aponta a necessidade de cautela e acompanhamento adequado do impacto das medidas de flexibilização.

Os casos da síndrome são acompanhados por pesquisadores como um dos parâmetros para monitorar a pandemia, já que o vírus SARS-CoV-2 foi o responsável por mais de 96% dos 673 mil casos de SRAG causados por vírus em 2021 e por quase 99% dos 413 mil que foram registrados no ano passado. Quanto aos novos casos da síndrome por faixa etária, o acompanhamento verificou o cenário de estabilização com pequenas oscilações em todas as faixas. Para o grupo de 0 a 9 anos de idade, no entanto, a estabilização se dá em valores considerados altos: entre 1.000 a 1.200 casos semanais, próximo ao registrado no pico de julho de 2020.

O pesquisador chama a atenção para a prevalência do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em crianças, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.

Na análise por estado, o Paraná aparece as 11 unidades da federação com tendência de queda na análise das últimas seis semanas (longo prazo). Os demais estados apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo. O levantamento em detalhes pode ser acessado no site agencia.fiocruz.br

Reportagem: Leonardo Gomes