Paraná registra 22 casos de monkeypox; estigma dificulta controle
Total de registros subiu para 105. Curitiba concentra 80% dos pacientes no estado
O Paraná ultrapassou a marca de 100 casos confirmados de monkeypox. O boletim semanal da doença, atualizado ontem (quarta, 24) pela Secretaria de Estado da Saúde, incluiu 22 novos diagnósticos de varíola dos macacos. Mais uma vez Curitiba lidera as ocorrências, com 12 casos confirmados nos últimos sete dias. Também foram incluídos dois registros em Colombo e Paranaguá, e um registro nos municípios de Cascavel, Campo Largo, Paranavaí, Santa Fé, São José dos Pinhais e Tomazina.
Com os dados atualizados, o Paraná acumula 105 casos de monkeypox desde o primeiro diagnóstico da doença no estado, em 4 de julho. A capital concentra 80% dos registros. Entre os 84 casos de Curitiba está Thiago Leite, que descobriu a infecção após passar férias em Nova York. Ele explica que voltou ao Brasil em um domingo e passou três dias sem manifestar qualquer sintoma:
O paciente conta sobre as dificuldades do período do tratamento. Segundo ele, foram semanas com dores e febre até que as feridas secassem e sumissem:
A médica infectologista Camila Ahrens, do Hospital Marcelino Champagnat, avalia que a estigmatização da doença atrapalha o controle epidemiológico. Além do contato sexual, qualquer toque direto nas feridas características da monkeypox implicam em um risco alto de transmissão. Isso inclui qualquer contato próximo, como beijo, massagem ou até mesmo a prática de alguns esportes.
A especialista destaca os sintomas que podem ajudar no diagnóstico da varíola dos macacos:
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso de camisinhas não evita a transmissão da monkeypox. Por isso, a agência recomendou a redução do número de parceiros. Em julho, um estudo feito em 16 países e publicado em uma renomada revista científica (The New England Journal of Medicine) indicou que 95% das infecções ocorreram por meio de contato sexual.
Reportagem: Angelo Sfair.