O salário da mulher paranaense é, em média, 28% menor do que o homem que trabalhe na mesma função. É isso que aponta o boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento “As mulheres no mercado de trabalho brasileiro” coloca o Paraná em terceiro lugar no ranking nacional da desigualdade de gênero. O Mato Grosso lidera, com 32% de diferença na remuneração, seguido de Goiás, com 31%.

Na análise da doutora em Serviço Social e mestre em sociologia, a professora Jucimeri Silveira, a desigualdade vai além das questões de gênero. Ela está ligada à pandemia.

O estudo é feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, do IBGE. O rendimento médio mensal de uma mulher no Paraná, em vagas formais ou informais no mercado de trabalho, é de R$ 2359,00. O de um homem chega aos R$ 3285,00. Para a professora, o combate à desigualdade depende diretamente de políticas públicas, como a criação da Secretaria da Mulher e Igualdade Racial.

O Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm a diferença média de 24% entre salários. O Acre tem a menor média, com menos de 1%. Na sequência está o Piauí, com 6%, e o Pará, com 8%.

Nesta quarta-feira (08) é marcado o Dia Internacional da Mulher. Em 1911, um grupo de trabalhadoras de uma fábrica dos Estados Unidos pediu um aumento de salário. Quando elas fizeram uma reunião para debater o tema, o proprietário incendiou a fábrica com elas dentro. A Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data em 1977.

Reportagem: Larissa Biscaia