Mais de 70 tartarugas marinhas encalharam no litoral do Paraná no mês passado, dezembro de 2023. Um aumento de 1150% em comparação com o mesmo período de 2020, quando foram registrados seis encalhes. A presença dos animais na costa paranaense é comum nesta época, principalmente para alimentação e desenvolvimento, porém o número elevado das ocorrências requer atenção.

Conforme especialistas, se tratando de adultos, o encalhe interfere diretamente na manutenção da espécie no oceano Atlântico Sul. Do total de registros, 43 eram tartarugas-cabeçudas, 27 tartarugas-verde, duas tartarugas-oliva e uma tartaruga-de-pente. Dos 75 animais, apenas dois foram resgatados com vida.

A bióloga e coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conversação da Universidade Federal do Paraná (LEC-UFPR), Camila Domit, explica que foi possível identificar que os animais tiveram uma interação negativa com a atividade pesqueira.

Medidas para reduzir os impactos já são avaliadas e testadas na costa brasileira, já que a atividade pesqueira é importante socialmente e economicamente para diversos trabalhadores.

Reduzir a captura acidental na pesca é um dos principais objetivos do Plano Nacional de Conservação de Tartarugas Marinhas. O PAN quer aprimorar a pesquisa e envolvimento da sociedade na conservação dessas espécies.

Camila reforça que a equipe do LEC-UFPR é responsável pelo monitoramento da biodiversidade e pede para que a população entre em contato quando avistar um animal encalhado.

Você pode entrar em contato com o laboratório pelo telefone 0800 642 33 41.

Reportagem: Mirian Villa