Entidades do setor produtivo do Paraná avaliaram o Plano Safra 2024/2025 como aquém das expectativas. O programa de apoio à agropecuária brasileira foi anunciado na quarta-feira (3) pelo Governo Federal com recursos na casa dos R$ 476 bilhões, o maior valor da história. O montante é dividido em duas frentes: a da agricultura familiar e a da agricultura empresarial, compostas por médios e grandes produtores do país.

Durante a construção do plano, representantes do setor no Paraná atuaram com propostas e demandas junto ao Governo Federal. Um dos envolvidos foi a Federação da Agricultura do Estado (FAEP). Para Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) da entidade, o resultado deixou a desejar principalmente em relação às taxas de juros para a agricultura empresarial.

No caso de médios e pequenos empresários, foram R$ 400 milhões em créditos rurais, um aumento de 10% na comparação com o Plano Safra anterior. Já na agricultura familiar, a alta foi de 6,2%, em um total de R$ 76 bilhões. Já para os pequenos produtores, o Governo Federal anunciou a redução da taxa de juros de 10 linhas de financiamento e também a criação de uma linha destinada à aquisição de máquinas e implementos agrícolas de pequeno porte. Também foram mantidos incentivos à produção sustentável no país. Apesar de alguns pontos de destaque, outra preocupação do setor produtivo é a demora para o anúncio do Plano. Ele estava previsto para junho, mas acabou ficando para julho.

A técnica da FAEP avalia que o atraso impacta diretamente nos produtores, uma vez que a compra de insumos para a próxima safra já teve início.

A avaliação foi a mesma feita pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. No Paraná, são mais de 371 mil estabelecimentos agropecuários registrados.

Reportagem: Bárbara Hammes