Neste ano, 72 pessoas morreram por meningite no Paraná. Apesar da redução de 27% no número de casos, em comparação com o ano passado, 857 pessoas foram diagnosticadas com a doença de janeiro a 28 de setembro.

Do total de mortes registradas em 2024, nove foram em crianças de até cinco anos e as demais, dos seis aos 85 anos. No Paraná, de 2019 até 2023, ocorreram 6.402 casos e 429 mortes pela doença, que é caracterizada por um processo inflamatório que atinge o sistema nervoso. A meningite pode ser ocasionada por vírus, bactérias, fungos e parasitas. Ela é transmitida de uma pessoa para outra pela tosse, espirro e pelas mãos sujas.

Entre os sintomas da meningite, está a febre alta e persistente, dor de cabeça e na nuca, vômito, perda de apetite e sonolência. No Brasil, a doença é considerada endêmica e casos são esperados ao longo de todo o ano. A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono e inverno, e das virais na primavera e verão. O infectologista Marcelo Ducroquet explica que o diagnóstico precoce é fundamental para evitar sequelas e mortes.

Uma pesquisa publicada na revista Jama aponta que um terço das crianças diagnosticadas com o tipo bacteriano da doença apresenta sequelas neurológicas, como deficiência cognitiva, auditiva e motora.

O estudo também revelou que, quanto mais nova a pessoa contrair a meningite, maior o risco de sequelas. A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa (Secretaria da Saúde), Acácia Nasr, reforça que a melhor prevenção contra a doença é pela vacinação.

Pelo menos cinco imunizantes contra a meningite são recomendados e estão disponíveis por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). A higienização correta e frequente das mãos também evitam surtos da doença.

A orientação do Ministério da Saúde é utilizar filtro ou bebedouro para água potável, manter o ambiente limpo e arejado, lavar e desinfetar as frutas e verduras e não secar as mãos em toalhas úmidas em local coletivo.

Reportagem: Mirian Villa