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Ainda sem data para júri, Caso Daniel completa cinco anos

O jogador foi encontrado morto em 27 de outubro de 2018, em SJP

 Ainda sem data para júri, Caso Daniel completa cinco anos

Foto: reprodução/redes sociais

Ainda sem data marcada para o julgamento, o assassinato do jogador Daniel Corrêa Freitas completa cinco anos nesta sexta-feira. Em 27 de outubro de 2018, o corpo dele foi encontrado na zona rural de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, com ferimentos graves no pescoço e o órgão genital decepado. Sete pessoas respondem pelo crime, cinco em liberdade e duas presas.

Estão soltos Allana e Cristiana Brittes, mãe e filha, David William Vollero Silva, Ygor King e Evellyn Brisola Perusso, que nunca foi presa. Permanecem detidos Edison Brittes Junior, que é réu confesso e está preso desde a época do assassinato, e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, que havia conseguido a liberdade provisória em 2019, mas foi pego em flagrante por roubo em dezembro de 2020. Na época, o delegado responsável pelo caso, Amadeu Trevisan, defendia que os sete suspeitos poderiam ser incriminados.

O assassinato aconteceu após a festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes, filha de Edison. Na noite do dia 26 de outubro, a jovem estava com a família, os amigos e Daniel em uma casa noturna em Curitiba. A comemoração continuou na casa de Brittes, em São José dos Pinhais. Segundo as investigações, o jogador foi flagrado deitado na cama de Cristiana, esposa de Edison.

Antes do crime, Daniel enviou para um amigo uma foto em que aparecia deitado ao lado de Cristiana enquanto ela dormia. No inquérito, que foi finalizado com 21 depoimentos de 370 páginas, a Polícia Civil concluiu que não houve tentativa de estupro. Na análise do delegado, Brittes não teve remorso depois do assassinato.

Para o então advogado de defesa da família Brittes, Claudio Dalledone, o trabalho da Polícia foi insuficiente.

Além disso, a defesa pedia que Cristiana Brittes não fosse indiciada pela morte do jogador.

A perícia feita no celular de Cristiana foi parcialmente prejudicada porque os aplicativos de mensagens e de redes sociais foram apagados antes da entrega do aparelho. A única informação referente ao jogador está em dois prints de conversas de Allana, que foram feitos em agosto de 2017, mais de um ano antes do caso. Em uma das imagens, Allana conversa com Daniel, que a convida para sair e se conhecerem.

Em outro print, a menina pergunta ao pai se poderia sair com Daniel e Brittes nega o pedido. O advogado que representa a família da vítima, Nilton Ribeiro, afirmava que os aplicativos teriam sido apagados para ocultar provas.

Em 2019, a mãe de Daniel, Eliana Aparecida Correa Freitas acompanhou as audiências de instrução. Na porta do fórum, com uma camiseta com o rosto do filho, ela pedia a punição dos responsáveis pela tortura e pela morte do jogador.

Os laudos do Instituto-Médico Legal e da Polícia Científica apontaram que Daniel foi morto pelas facadas que recebeu no pescoço. Os sete suspeitos foram indiciados por diferentes crimes e as penas somadas ultrapassam 40 anos de reclusão.

Veja mais:

Edison Brittes foi indicado por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e coação do curso de processo. O advogado que hoje representa a família Brittes, Elias Mattar Assad, afirma que a morte do jogador foi uma reação de Edison à situação.

Os suspeitos de participarem das agressões, Eduardo da Silva, Ygor King e David Willian da Silva, também respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Cristiana e Allana Brites forram indiciadas por coação de testemunha e fraude processual. Em 2020, foi determinado que eles iriam a júri popular. Já Evellyn Perusso foi impronunciada pelos crimes de denunciação caluniosa e falso testemunho.

Ainda não há uma previsão para o júri. A Justiça do Paraná aguarda a análise de recursos protocolados pela defesa dos acusados nos tribunais federais. Daniel Correa Freitas jogou no Coritiba, em 2017. Quando morreu, ele estava emprestado pelo São Paulo ao São Bento, que disputava a Série B do Campeonato Brasileiro.

O caso virou um episódio na série “11 Tiros”, do HBO Max. O documentário retrata situações que envolvem o futebol e a violência. O capítulo é o 11º e reúne depoimentos do promotor João Milton Salles, o assistente de acusação Nilton Ribeiro e uma das acusadas de participação no crime, Evellyn Brisola Perusso.

Reportagem: Larissa Biscaia

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Izabella Machado

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