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Mirian Gasparin

Setor do atacado paranaense espera crescer entre 6% e 8% este ano

 Atacarejos passam por remodelação para não perder clientes

Foto: divulgação Abad

A concorrência entre supermercados e atacarejos vem se intensificando cada vez mais, chegando ao ponto de ambas as partes optarem por mudanças para não perderem os consumidores. Eu conversei com o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidores do Estado do Paraná, o empresário Luis Antônio Dias, e ele me disse que os atacarejos estão se remodelando, oferecendo novos serviços e seções, muitos deles adicionando ao estabelecimento, açougue e padaria, para que os consumidores possam fazer todas as suas compras e não precisem se deslocar aos supermercados.

Quanto ao crescimento deste mercado, na semana passada, a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores divulgou os números do setor referentes ao ano de 2023, apontando um desempenho positivo de 10,9% na média nacional. No Paraná, o crescimento foi bem menor, e ficou na casa de 6%.

Eu indaguei o presidente do Sindicato sobre por que o atacado paranaense cresceu abaixo da média nacional e, inclusive, o desempenho foi bem menor do que o verificado dos demais estados da Região Sul, e ele me explicou que o problema está na questão tributária, mais especificamente na substituição tributária adotada pelo Governo do Estado.

Segundo Luis Antonio Dias, o ICMS-ST, no Paraná, é recolhido na saída do produto da indústria para o atacado. Isso significa que o comerciante ao receber o produto, já está pagando o imposto, ou seja, o comerciante precisa captar dinheiro para pagar o imposto de forma antecipada. Na prática, o empresário paga o ICMS e o ICMS Substituição Tributária somando um percentual que é multiplicado pelo valor de venda que é a Margem de Valor Agregado (MVA), calculada pelo governo.

O presidente do Sindicato dos Atacadistas destaca que os governos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul retiraram a substituição tributária de vários produtos. No Paraná, o setor vem negociando com governo, que já se mostrou disposto a rever a questão e deve divulgar nos próximos dias uma nova relação de produtos que ficarão de fora da substituição tributária.

A competitividade e o crescimento do setor atacadista do Paraná passam pela revisão da questão tributária?

Esta é a avaliação do presidente do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidores do Estado do Paraná. Ele me garantiu que a retirada de produtos alimentícios, higiene e limpeza da substituição tributária vai aumentar a competitividade das empresas paranaenses, além, é claro, de reduzir os preços das mercadorias.

Para este ano, o setor atacadista do Paraná está prevendo um crescimento entre 6% e 8% do faturamento em relação a 2023, mas o grande objetivo é crescer 10%.

Mirian Gasparin

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