A defesa do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirma que irá protocolar até esta terça-feira (1º), sem falta, as alegações finais do cliente do processo referente a 14ª fase da Lava Jato. O prazo determinado pela Justiça Federal venceu nesta segunda (29). O defensor Nabor Areias Bulhões, em petição protocolada no processo, informou o juiz Sérgio Moro, às 23h51 desta segunda, que não teve as condições ideais para conversar com o cliente. O advogado aponta que as dificuldades começaram na segunda-feira da semana passada (22 de fevereiro), quando Marcelo Odebrecht foi transferido do Complexo Médico-Penal (CMP) em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, para a Superintendência da Polícia Federal no Paraná, no bairro Santa Cândida.

Os advogados ainda argumentam que uma liminar do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) – que garantia um encontro de duas horas entre Marcelo Odebrecht e os defensores – não foi cumprida pela Polícia Federal do Paraná. Essa entrevista estava marcada para segunda (29), mas foi transferida para esta terça (1º). A PF alegou que o expediente na Superintendência é encerrado às duas da tarde e, além disso, o prédio estava com serviços de manutenção que ocasionavam picos de energia.

O processo da 14ª fase da Operação Lava Jato tem, ao todo, 12 réus. Entre eles o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, que pede a absolvição alegando que não há provas de que o dinheiro mantido por ele em contas no exterior é de origem ilícita.

O ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef, também apresentaram suas defesas no processo. Ambos pediram perdão judicial e destacaram a relevância das informações prestadas em acordos de delação premiada.

A Operação Erga Omnes teve como alvos os executivos da Odebrecht e Andrade Gutierrez. De acordo com o Ministério Público Federal as duas empreiteiras faziam parte de um cartel que combinava resultados de licitações de obras da Petrobras. Pelo menos um bilhão de reais em propina foram pagos a executivos da estatal por meio de contas no exterior, em especial, na Suíça.