Caminhoneiros voltam a bloquear estradas no PR; alimentos e combustíveis ficam mais caros

combustiveisAs rodovias federais e estaduais do Paraná tiveram mais um dia de bloqueios por conta dos protestos dos caminhoneiros.  Quarta (25), o movimento que atinge dez estados do país causou 56 interdições, principalmente nas regiões sudoeste, oeste e norte do Paraná. Pelo terceiro dia também houve protestos aqui na capital, com mais uma mobilização dos caminhoneiros na BR-116, em Campina Grande do Sul, no sentido São Paulo. No entanto, o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos, Laertes José de Freitas, diz que muitos motoristas estão sendo forçados a parar nestes bloqueios.

Durante o dia, o movimento de caminhões chegando no Porto de Paranaguá foi 90% menor. O terminal é o maior de granéis do país, e as cargas estão atrasadas, porque os caminhoneiros sequer conseguiram carregar nos entrepostos de origem. A Justiça Federal emitiu um mandado proibindo os bloqueios em seis estados do país, entre eles o Paraná, com uma multa de cinco mil reais por hora, de acordo com o inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Wilson Martinez.

Com isso, os motoristas não podem fazer bloqueios e nem impedir a passagem de outros caminhões. O chamado “interdito proibitório” não impediu protestos em quatro pontos da BR-277, entre os Campos Gerais e Foz do Iguaçu; outros cinco pontos da BR-369, entre o centro e o norte do Paraná; e mais sete pontos na BR-376, também nos Campos Gerais. Segundo o presidente da Federação das Transportadoras do Paraná, Sérgio Malucelli, muitos motoristas estão extrapolando o direito de manifestações.

Desde terça (24), a noite, vinte agentes da Força Nacional de Segurança estão no Paraná para conter protestos que tranquem totalmente as rodovias do estado. No sudoeste, os prefeitos de 50 cidades decidiram fechar as prefeituras por dois dias, na quinta e sexta-feira, em protesto por conta dos últimos acontecimentos no estado e no país.

Bloqueio na Repar

A falta de combustíveis em cidades do interior do Paraná provocou temor nos curitibanos, de que os postos também ficassem sem gasolina ou etanol. Desde terça (24), muita gente correu para abastecer os carros, o que provocou a falta em alguns postos. No entanto, a Petrobras e a Polícia Rodoviária Federal garantem que não vai faltar combustíveis. O inspetor Wilson Martinez diz que está sendo feito um policiamento para impedir que os caminhoneiros bloqueiem a saída da Refinaria Getúlio Vargas.

Os caminhões-tanque continuam saindo normalmente da Repar, e não há qualquer chance de desabastecimento nos postos da capital. No entanto, alguns postos já estão cobrando mais pelo litro da gasolina. O ouvinte Geazi Andrade se deparou com dois deles alterando os preços na quarta (26).

No interior do estado, onde os caminhões-tanque não estão conseguindo chegar, o litro da gasolina já chega a cinco reais.

Prejuízos com a greve

A indústria e o comércio brasileiro ainda fazem as contas de quanto está custando a greve dos caminhoneiros. Nas cidades de interior faltam combustíveis nos postos e o litro da gasolina, onde ainda tem, já custa quase cinco reais. Nas centrais de abastecimento de alimentos, algumas leguminosas estão custando o dobro do preço. As transportadoras pediram aos caminhoneiros que mantenham os veículos ligados mesmo parados, para manter a refrigeração. No entanto, o motorista Flausino Alves diz que não tem como segurar muito, e a carga vai ser perdida.

Além dos caminhões refrigerados e de leguminosas, há registros de produtores e caminhoneiros descartando leite no meio da rodovia, por causa do calor. E as perdas não ficam só para o bolso dos consumidores. Para o vice-presidente da Federação Nacional dos Economistas, Edson Roffé, a indústria também já começa a parar.

Muitas destas cargas seriam desembarcadas nos portos de Santos e de Paranaguá. No entanto, os caminhões não estão conseguindo chegar. No terminal paranaense, o maior em movimentação de granéis, mais de 1.600 veículos deveriam chegar nos próximos dias, mas sequer foram carregados. Segundo o economista Edson Roffé, ainda é cedo para calcular o quanto as indústrias vão perder com esta paralisação dos motoristas.

Por todo o país, as federações de indústrias, cooperativas e produtores agrícolas já se manifestaram contra a greve dos caminhoneiros, apesar de entenderam as reivindicações. O integrante da Confederação Nacional da Agricultura, Ágide Meneguette, pediu que a bancada ruralista da Câmara dos Deputados participe das negociações com os motoristas.

Os protestos dos caminhoneiros começou na sexta-feira antes do carnaval, no dia 13, com o bloqueio da Ponte Ayrton Senna, na fronteira oeste do Paraná com o Paraguai e Mato Grosso do Sul.

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