O tempo chuvoso de dezembro para janeiro fez com que o preço das hortaliças disparasse na Ceasa de Curitiba, de acordo com um levantamento divulgado nesta terça-feira (23) pela Companhia Nacional de Abastecimento. A capital paranaense teve um dos maiores aumentos do país, principalmente da cenoura, com uma alta de 42,88%, e da cebola, com 21,21%. Isso porque a chuva foi além do normal, o que prejudicou muito a colheita segundo o diretor do Departamento de Economia Rural do Estado, Francisco Simione.

O feijão a que ele se refere foi principalmente o carioca, que ficou 26,3% mais caro ao longo de 2015. Além disso, a alface também custou mais no bolso dos paranaenses, em torno de 16,74%. Claro que não é preciso ter relatórios para comprovar que cada ida ao supermercado tem sido de preços altos e compras menores. A empresária Janaína Siqueira achava que a alface que ela compra custava mais apenas no fim do ano, por causa da época de festas. Mas para ela, a salada toda ficou mais cara.

Se para a empresária ficou mais caro preparar a salada do almoço ou do jantar, para quem trabalha com comida o bolso pesou ainda mais. O chef Alexandre Mazotti precisou cortar na carne para não perder a freguesia.

Além das hortaliças, as frutas também ficaram mais caras em janeiro. A laranja, por exemplo, bateu recorde e teve um aumento de 28,58%. A maçã veio logo depois, com uma alta de 24,58%, o que assustou a jornalista Cecília Brandão. Afinal, ninguém espera pagar quase R$ 1 por uma unidade de maçã.

A busca pela frutaria da esquina ou as feiras da cidade é uma das alternativas que podem baratear muito a salada ou a sobremesa de frutas. A empresária Janaína Siqueira é também confeiteira, e precisou mudar um pouco a rotina de compras para tentar gastar menos.

A feira que ela costuma ir é a do programa “Nossa Feira”, que vende frutas, verduras e legumes de produtores da região de Curitiba, com preço único de R$ 1,99 o quilo. Ela é realizada de segunda a sexta-feira em 15 locais da cidade. A expectativa é de que com o fim do verão, a quantidade de chuvas diminua um pouco. Ou seja, as lavouras podem começar a se recuperar e o preço a cair, segundo o diretor do Deral, Francisco Simione.

O estudo da Conab também mostra que as Ceasas de todo o país venderam 2,1% menos em 2015 na comparação com o ano anterior. No entanto, o faturamento de mais de R$ 30 bilhões foi 4,6% maior que em 2014.