As chuvas de setembro e outubro fizeram as barragens de Curitiba ultrapassarem 99% da capacidade. A situação coloca a capital e a região metropolitana em um cenário de conforto hídrico inédito nos últimos dois anos. Uma estiagem sem precedentes, iniciada em meados de 2019, fez com que as regiões sofressem um rodízio no abastecimento de água. A crise perdurou entre março de 2020 e janeiro deste ano.

Segundo a Sanepar, atualmente, três das quatro barragens que compõem o Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba (SAIC) operam com a capacidade máxima: Iraí, Piraquara 1 e Piraquara 2. A barragem Passaúna está com 97,3% de reservação. Na média ponderada, o sistema alcançou, neste sábado (22), 99,13% da capacidade.

Dados do Simepar apontam que, em setembro, as chuvas superaram a média histórica em 40%. A precipitação acumulada foi de 174 milímetros, sendo que o esperado para o mês é de 123 milímetros. Na comparação com 2021, choveu três vezes mais.

Em outubro, nas três primeiras semanas, Curitiba registrou 66% da precipitação esperada para o mês. O meteorologista Lizandro Jacóbsen destaca que o tempo deve permanecer estável até a próxima quinta-feira (27). No entanto, o final de outubro será chuvoso:

PARANÁ PRECISA INVESTIR EM SEGURANÇA HÍDRICA

A regularidade das chuvas não é o único fator para a garantia da segurança hídrica. A edição mais recente do Atlas Água, editado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), aponta que o Paraná precisa investir mais de R$ 5 bilhões até 2035 para garantir o abastecimento universal.

Segundo a agência, a maior parte dos investimentos – R$ 3,3 bilhões – precisa ser destinada à produção de água. Outros R$ 2 bilhões seriam necessários para a distribuição do recurso para os municípios.

Reportagem: Angelo Sfair