Com “antivacinas” dentro da própria estrutura de Saúde, Curitiba afasta vacinação de crianças nas escolas

 Com “antivacinas” dentro da própria estrutura de Saúde, Curitiba afasta vacinação de crianças nas escolas
Foto: Ricardo Marajó/SMCS

Dois profissionais da rede municipal da saúde de Curitiba foram denunciados, ao Conselho Regional de Medicina, depois de contraindicarem a vacina de combate à Covid-19, para as crianças. A secretária de saúde da capital, Márcia Huçulak, tratou do tema durante a prestação de contas da Prefeitura, feita na Câmara de Vereadores, nesta terça-feira (22). Ao longo de quase três horas, os representantes da secretaria fizeram a apresentação do relatório referente aos últimos quatro meses do ano passado e responderam aos questionamentos dos parlamentares. Huçulak reforçou o trabalho das equipes de saúde para incentivar a vacinação.

No entanto, a secretária lamentou as ocorrências que ela classificou como ‘eventuais’, de contraindicação da dose dentro do próprio serviço municipal. Huçulak esclareceu que as providências, quanto à conduta dos profissionais, devem ser tomadas pelo CRM.

Conforme o balanço apresentado pela secretaria municipal da saúde, Curitiba tem 56% das crianças de cinco a nove anos de idade imunizados contra a Covid-19, com a primeira dose da vacina. Esse índice chega a 74% na faixa-etária de 10 a 14 anos. Entre os adolescentes de 15 a 19 anos de idade, a cobertura está em 81%. Huçulak reconheceu que a Prefeitura discutiu a possibilidade de abrir a vacinação nas escolas.

No entanto, a secretária defende que a infraestrutura e a logística no manejo das doses ‘não facilita’ a campanha. Ela lembrou a necessidade de refrigeração e destacou a presença dos pais. Os responsáveis que não levam as crianças ao posto de saúde, não vão necessariamente aderir ao imunizante pelo fato de ele estar disponível na escola.

A campanha de vacinação das crianças contra o coronavírus começou no início de janeiro, em Curitiba. A secretária reconhece que muitas delas estavam de férias e, eventualmente, fora da cidade, na casa de conhecidos e parentes. Isso também dificultou o acesso à vacina. Durante a audiência pública, na Câmara, Huçulak entregou aos vereadores o Plano Municipal de Saúde, para os próximos quatro anos. Uma das críticas envolve a quantidade de trabalhadores contratados pela Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde. Essa mão-de-obra substitui o funcionalismo que não é admitido por concurso público.

Entre os temas apontados pelo vereadores, a Prefeitura esclareceu os números da mortalidade materna. O indicador cresceu 185%, no ano passado. Curitiba está atrás das duas outras capitais do Sul do país. O diretor do Centro de Epidemiologia da cidade, Alcides de Oliveira, cita que, dos 17 óbitos registrados, nove foram em consequência de complicações da Covid-19.

A letalidade materna está em 7,8%, em Curitiba, abaixo da média do Paraná, que é de 11%. Em Roraima, por exemplo, a Prefeitura lembra que o indicador chega a 55% de mortalidade. A secretaria municipal da saúde participou da audiência pública por videoconferência. A cada quatro meses, a pasta precisa apresentar aos moradores os indicadores da gestão do SUS. O encontro é promovido pela Comissão de Saúde, Bem Estar Social e Lazer da Câmara.

Reportagem: Cleverson Bravo

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