Comando da PM rebate Francischini e afirma que secretário também teve participação na ação contra os professores
Em carta aberta enviada para o governador Beto Richa, a Polícia Militar do Paraná rebate as declarações do secretário de Segurança Pública do estado, Fernando Francischini. O comando-geral da PM afirma que o secretário tinha conhecimento da estratégia adotada na última quarta-feira (29), quando mais de 230 pessoas ficaram feridas durante o confronto entre polícia e manifestantes, no Centro Cívico. A PM ainda afirma que Francischini foi alertado várias vezes pelo comando da tropa e pelo comando-geral de que os desdobramentos da operação poderiam deixar pessoas feridas. Na segunda-feira (4), em entrevista coletiva, o secretário atribuiu a responsabilidade da ação à Polícia Militar e disse que “nada justifica” o confronto da forma como aconteceu. Ele ainda classificou as imagens como “terríveis” e que os responsáveis pela ação seriam investigados.
Em outra nota pública divulgada quarta (06), o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cesar Vinicius Kogut, disse estar descontente com as declarações do secretário à imprensa. O comandante ainda diz que Francischini foi infeliz ao “atribuir toda e total responsabilidade pelo planejamento e execução da operação à Polícia Militar”. Isso porque, de acordo com Kogut, o secretário participou de reuniões de planejamento da operação. O coronel afirma que Francischini tinha conhecimento da execução e, inclusive, que deu ordens diretas ao Subcomandante Geral da PM, coronel Nerino de Brito. A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Segurança Pública, que preferiu não se manifestar. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Kogut, também preferiu não gravar entrevistas.