Curitiba tem pouco mais de mil e 700 moradores de rua. Menos da metade (48,2%) é natural de Curitiba. Negros e pardos, que são 19,7% dos curitibanos, representam 48,5% da população de rua. Quase totalidade é formada por homens.

Uma pesquisa inédita realizada pela Fundação de Ação Social apontou que, no período de 20 dias, 1715 pessoas se encontravam em situação de rua em Curitiba. Deste número, 1133 foram entrevistadas nas ruas. Questionários também foram aplicados nos Centros Pop e Casas de Passagem, onde moradores de rua são atendidos ou passam a noite.

Durante a análise dos dados foram identificados 51 questionários respondidos em duplicidade e 122 pessoas se negaram a responder as perguntas. Entre os entrevistados, 89% das pessoas são do sexo masculino e 11% são mulheres, e cerca de 60% está na faixa etária dos 25 a 44 anos.

Segundo a superintendente de Planejamento da FAS, Jucimeri Silveira, a pesquisa será realizada em outros períodos para identificar variações.

As regiões com a maior concentração de pessoas em situação de rua são o Centro de Curitiba, com 59%; Boqueirão, com 11%; e Portão com 7%. Com relação à origem dessas pessoas, 58% se declarou de outra cidade ou estado, enquanto 42% são de Curitiba.

Quando o entrevistador perguntou sobre parentes próximos residindo na cidade, 55% afirmaram que tem familiares em Curitiba. O questionário também indagou com qual frequência as pessoas mantinham contato com os familiares, sendo que a maioria (29%) conversa semanalmente com parentes próximos sendo pai e mãe (34%) os primeiros da lista, seguidos de irmãos (32%) e 15% mantêm contato com filhos.

Ao serem questionados sobre os motivos que os levaram à situação de rua, os quatro motivos principais foram: envolvimento com drogas, 27%; álcool, 24,7%; conflitos familiares, 22,3%; e desemprego, 9,9%.