Deltan e Podemos traçam estratégias após cassação pelo TSE
Em nota, ele disse que se considera vítima de "vingança" por ter combatido a corrupção
O ex-procurador Deltan Dallagnol se reuniu com assessores, ontem à noite (terça, 16), logo após o TSE indeferir, por unanimidade, o registro da candidatura dele nas Eleições 2022. Por meio de nota, ele disse que se considera vítima de “vingança” por ter combatido a corrupção.
Coordenador da força-tarefa Lava Jato no MPF em Curitiba, Deltan foi o deputado federal eleito com a maior votação do Paraná: foram mais de 344 mil votos.
Parceiro de Deltan durante a Lava Jato, o ex-juiz e senador Sergio Moro (União) disse que recebeu a informação da cassação “com muita tristeza”. Ele se disse “estarrecido” pela decisão do TSE. Por outro lado, houve quem estivesse feliz pela cassação.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi irônica. Ela disse que Deltan Dallagnol agora “tem um powerpoint para chamar de seu”. (referência à denúncia de 2016).
O Podemos, partido de Deltan, se manifestou ontem à noite (terça, 16) afirmando que “não poupará esforços na avaliação de medidas que ainda podem ser tomadas pela defesa de Dallagnol”. A legenda não confirmou, no entanto, se vai, ou não, recorrer ao STF.
Descortinam-se agora algumas possibilidades para Deltan, mas não está claro qual caminho ele tomará. Nos últimos anos, o ex-procurador puxou a fila da corrente positivista do Direito, defendendo a ampliação da Lei da Ficha Limpa e a execução da pena a partir da condenação em segunda instância. Com frequência, ele classificou os tribunais superiores como espaços de impunidade.
Agora, o STF, a quem ele tanto criticou nos tempos de Lava Jato, é uma das opções.
Sobre a vaga do Podemos na Câmara Federal, também não está claro quem assume a vaga no Congresso. Os votos de Deltan vão para o partido e o primeiro suplente é Luiz Carlos Hauly – que não atingiu a cláusula de barreira. Se esse for o entendimento, a vaga pode cair no colo do pastor Itamar Paim (PL).
Informações: Angelo Sfair.