Mais um doleiro envolvido no esquema de lavagem de dinheiro, descoberto durante a Operação Lava Jato, pode estar prestes a fechar um acordo de delação premiada. Carlos Habib Chater, que trabalhava com Alberto Youssef, foi um dos condenados na primeira sentença de uma das dez ações penais da Lava Jato. A decisão, do juiz federal Sérgio Moro, o condenou a cinco anos e meio de prisão, além de uma multa de R$ 67.800,00. A defesa dele contestou, mas não deve recorrer, já que está se afastando do caso. O advogado dele, Ticiano Figueiredo, confirmou que há um acordo em vista, e que repudia veementemente o uso da delação premiada.

Esta ação penal dentro da Operação Lava Jato trata de um esquema de tráfico internacional de drogas e evasão de divisas. Carlos Habib Chater seria responsável por fazer as operações de câmbio com a doleira Maria de Fátima Stockler, que está presa na Espanha. Lá, ela recebia parte da droga vinda da Bolívia e do Peru, e que era embarcada no Porto de Santos. No entanto, Ticiano Figueiredo afirma que o juiz se “equivocou” na decisão.

Além de Carlos Habib Chater, o juiz federal Sérgio Moro também condenou os doleiros Rene Luiz Pereira a 14 anos de prisão, e André Catão de Miranda, a quatro anos em regime semiaberto. Eles trabalhavam juntos nas operações de câmbio, com o uso de contas de laranjas. A advogada Maria Isabel Bermudes, que defende Rene Luiz Pereira, diz que vai recorrer da decisão.

Já o advogado Marcelo de Moura Souza, que defende André Catão de Miranda, afirmou por uma nota à imprensa que também vai recorrer. Por outro lado, o doleiro Alberto Youssef foi absolvido pelo juiz federal Sérgio Moro por falta de provas. Ainda há uma pessoa foragida, o doleiro Sleiman Kobrossy. Até agora, o próprio doleiro e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, já firmaram acordos de delação premiada. As investigações da Operação Lava Jato continuam, com novas audiências programadas para quinta-feira (dia 23). Até agora, o Ministério Público Federal já denunciou 55 pessoas.