Em greve há duas semanas, servidores ocupam galerias da ALEP
A sessão da Assembleia Legislativa do Paraná desta terça-feira (09) foi suspensa, depois que os servidores estaduais ocuparam as galerias do plenário. Os servidores estão acampados em frente ao Palácio Iguaçu, em greve desde o dia 25 de junho, e entraram no prédio da Alep para protestar contra o discurso do deputado Ricardo Arruda (PSL). Ele apresentou um quadro que indicaria o aumento em benefícios do funcionalismo público nos últimos anos.
Pela manhã, duas reuniões tinham sido feitas entre representantes dos servidores e a liderança do governo na Assembleia. A categoria apresenta cálculos justificando que o governo poderia conceder a reposição integral da inflação, calculada em 4,94%, e parcelar parte da defasagem acumulada desde 2016 (17%). O Palácio Iguaçu, com base nos números da Secretaria da Fazenda, afirma que não tem capacidade financeira para atender a demanda. Segundo o deputado Hussei Bakri (PSD), a última proposta não foi aceita pelo funcionalismo.
A falta de avanço no diálogo com o governo é um dos motivos apontados pela categoria para a manutenção da greve e, agora, a ocupação do plenário. Além da reposição da inflação calculada em 4,94% pelo índice IPCA, os servidores lembram que a questão salarial é um problema antigo: eles apontem quatro anos de congelamento dos vencimentos que levaram a uma defasagem de 17%. É o que destaca o presidente da APP sindicato, professor Hermes Leão.
Os deputados indicaram uma nova reunião com representantes do governo para chegar a uma solução. Para o professor Hermes, no entanto, o debate já deveria ter sido finalizado. Ele contraria a fala do deputado Ricardo Arruda.
A possibilidade de uma nova proposta não foi descartada pelo Palácio Iguaçu, embora essa alternativa não seja a que mais agrade o Executivo.
No Legislativo, a pedido do governo e dos próprios servidores, foi retirado da pauta o projeto relacionado à primeira proposta de reajuste. A oferta não foi aceita pelos trabalhadores e havia muitos pontos a serem corrigidos, inviabilizando o trâmite daquela matéria. Segundo os representantes dos servidores, a ocupação deve ser mantida enquanto uma solução não for encontrada.
Reportagem: Ana Flavia Silva e Angelo Sfair