Um estudo aponta que será necessário 33 anos para que a igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho seja efetiva. De acordo com a pesquisa produzida pela empresa PwC, a Covid-19 atrasou os avanços em, pelo menos, dois anos. No Brasil, a pesquisa de análise de Capital Humano, com levantamento de empresas que representam 1/3 do PIB brasileiro, indica uma tendência similar: até 2019 houve um crescimento médio de representatividade feminina de 14% ao ano. A partir de 2020 e com um cenário de pandemia, a representatividade passou a retroceder na ordem de 12% ao ano – com uma maior queda no percentual de mulheres na liderança: -14%. De acordo com a diretora da PwC Brasil, Amanda Pinheiro, os principais indicadores da pesquisa são a diferença salarial e a força feminina no mercado de trabalho.

Em relação às projeções para equidade salarial, as perspectivas são ainda piores. A pesquisa indica que vão ser necessários mais 63 anos para que a remuneração das mulheres seja igual à dos homens. Ainda são estimados nove anos para que a taxa de desemprego feminino caia para o patamar atual dos homens. Cuidar dos filhos e da casa contribuiu de forma significativa para que mulheres deixassem o mercado de trabalho. O relatório da PwC, mostra que as mulheres assumiram mais responsabilidades não remuneradas durante a pandemia, o que as levou a deixar o trabalho mais que os homens. De acordo com o estudo, as mães eram três vezes mais propensas do que os pais a assumir a maioria ou a totalidade do trabalho doméstico por conta do fechamento de escolas e creches.

Essa é a décima edição do Women in Work Index, pesquisa que avaliou resultados de empregabilidade feminina em 33 países da OCDE com base em disparidade salarial, participação delas no mercado de trabalho, taxas de desemprego e emprego em tempo integral.