“A vida segue” é a frase dita algumas vezes na peça que estreou no Festival de Curitiba na noite deste sábado (08). O espetáculo feito pela companhia Ato Junto, de Belo Horizonte, é embalado por canções de jazz e narra a história de Fred e Laura, dois jovens que partem em busca de seus sonhos.

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A trama contém uma compilação de momentos vividos pelos personagens até o momento em que o destino e o tempo os fazem seguir caminhos diferentes. A peça, que nasceu do Trabalho de Conclusão de Curso da faculdade de Artes Cênicas de Cannizza e ganhou premiações de melhor ator e melhor comédia, do Prêmio Copasa Sinparc 2019, propõe questionamentos e reflexões sobre a vida e a morte, além da relativização do tempo.

O ator e diretor Thomaz Canniza relata que uma parte da inspiração da obra se baseia na forte amizade que ele tem com uma amiga. Parte da coleta de materiais para a escrita do roteiro iniciou com o download das conversas de Thomaz por redes sociais. Ele conta que a história “tem essa inspiração da vida. Eu escrevi esse espetáculo entre meus 21 anos, e é uma peça que fala sobre virar adulto. Tem muita coisa que aconteceu depois que eu escrevi. Coisas que acabaram sendo proféticas. É a arte manifestando na vida”.

Cannizza diz que a última temporada em março de 2020, antes da pandemia, foi a melhor temporada para a peça. A companhia retornou com as apresentações no início de 2023, estrelando dois novos atores no elenco: Marina Tadeu e Igor Fonseca. É a primeira vez que a peça é exibida no Festival de Curitiba e fora de Minas Gerais.

O ator Igor Fonseca foi convidado para fazer parte do espetáculo mesmo sem ter assistido “Fred & Laura” e sem ter encenado com nenhum dos integrantes antes. Ele afirma que é muito gostoso a relação que os atores estão criando em pouco tempo de criação: “no meio de tanto ineditismo, está sendo especial e muito gostoso”.

Também sobre essa relação entre os integrantes do elenco, o ator Bernardo Rocha conta que esse projeto proporciona uma conexão, uma pausa para sentir o que está acontecendo. “Depois de anos nessa onda de mercado de trabalho com processos rápidos, eu pude me reconectar com muitos pontos daqueles que me fizeram escolher a profissão de ator. Então estar com peça, com essa galera e neste festival, é muito significativo”, conta ele.

Marina Tadeu, nova integrante do grupo, afirma que foi uma surpresa positiva desde o convite. Ela afirma sobre a importância do encontro com o elenco e com os textos: “quanto mais a gente vai se aproximando e trabalhando junto, mais a peça se transforma”, explica.

A sonoplasta Aléxia Rinco, que cria a técnica sonora desde o início da obra, já fez parte da produção e também já atuou como a personagem Melinda. Ela afirma: “todos os dias estou na técnica ouvindo as mesmas piadas, vendo as mesmas coisas e todos os dias eu dou risada. É muito bom estar aqui e poder compartilhar isso com as outras pessoas”.

Há cinco anos atrás Malu Falabella foi ao Festival de Curitiba como espectadora e viu muitas peças lindas. Seu sonho era voltar para o Festival se apresentando. Foi o que aconteceu anos depois: ela está muito feliz que isso tenha ocorrido com essa peça. “É uma peça que além de amar, ela tem um nível de maturidade, um entendimento”, explica, ao afirmar que ama trabalhar com a equipe, pois eles lhe dão confiança de entrar no palco e saber que vai dar tudo certo.

No final da peça, o que não faltou foi aplausos do público. Emocionados, os atores agradeceram a todos pela presença na estréia.

Informação: Jasmini Oliveira, estudante de jornalismo da Universidade Positivo, em parceria com a BandNews FM Curitiba