Estudo sobre câncer de bexiga aponta perfil epidemiológico da doença
Tabagismo é apontado como o principal fator de risco, afetando 69,9% dos pacientes
Mais de 70% dos pacientes diagnosticados com câncer de bexiga são homens, com idade média de 66,8 anos. É o que mostra um estudo realizado por acadêmicos da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) que traça o perfil, sintomas e fatores de risco da neoplasia. Com mais de 200 prontuários avaliados, a pesquisa aponta que 92% dos casos atendidos no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, entre 2015 e 2023, são de pacientes entre 50 e 89 anos de idade.
O dado reforça o fato da doença ser predominante em idosos. Entre os fatores de risco, o tabagismo é apontado como o principal, afetando 69,9% dos pacientes. O coordenador da Residência Médica em Urologia no HUEM, Paulo Jaworski, destaca que hábitos de vida, baixa hidratação, obesidade e condições inflamatórias crônicas também são fatores de risco para a doença. Há ainda casos relacionados à exposição a produtos químicos.
O levantamento mostra ainda que 63,4% dos pacientes apontaram como principal sintoma da doença a hematúria, que é a presença de sangue na urina. Outros 22,6% relataram ter tido dor ou desconforto ao urinar. Dor pélvica e urgência miccional também estão entre os sintomas. Paulo reforça a importância de estar atento aos sinais para um diagnóstico precoce.
Entre 2019 e 2022, o câncer de bexiga matou mais de 19 pessoas no Brasil. As pesquisas sobre a doença contribuem para o aprimoramento de tratamentos e redução da mortalidade.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que 11.370 novos casos da doença devem ser registrados em 2024, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheres, o que corresponde a um risco estimado de 7,45 novos casos a cada 100 mil homens e 3,14 a cada 100 mil mulheres.
Reportagem: Vanessa Fontanella