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Familiares e pesquisador questionam falhas no caso Leandro Bossi

Identificação de ossada aconteceu 30 anos depois de encontrada

 Familiares e pesquisador questionam falhas no caso Leandro Bossi

Foto: Arquivo pessoal

A ossada agora identificada como de Leandro Bossi foi encontrada em 1993, aproximadamente um ano após o menino desaparecer no dia 15 de fevereiro de 1992 em Guaratuba, cidade onde morava. Na época, um exame de DNA apontou que a ossada seria de uma menina. A descoberta de que o exame tinha sido um resultado equivocado deixou os familiares, que procuraram por ele durante todo este tempo, inconformados, como conta Lucas Bossi, irmão de Leandro.

E a identificação chega tarde principalmente para o pai de Leandro que morreu sem saber o que realmente aconteceu com o filho. Leandro desapareceu meses antes de Evandro Ramos Caetano, caso que ganhou repercussão nacional. O corpo de Evandro foi encontrado apenas alguns dias depois do desaparecimento no mesmo matagal que o de Leandro seria encontrado apenas no ano seguinte. Mas, segundo a Cristiane Steffen, também irmã de Leandro, o desaparecimento dele não recebeu a mesma atenção das autoridades.

E isso fica claro nas falhas de condução dos casos, apontadas pela imprensa desde que os desaparecimentos vieram à tona. Recentemente um podcast relembrou o caso e seu produtor, Ivan Mizanzuki, que pesquisou a fundo a história, conta que apesar de haver um inquérito para investigar o desaparecimento de Leandro, não foi aberto um inquérito sobre a ossada encontrada em 93.

A morte de Evandro chegou a ser ligada a rituais macabros e interesses políticos, mãe e filha do então prefeito e três pais de santo foram presos suspeitos de participação no crime. As mulheres ficaram conhecidas como as bruxas de Guaratuba e somente anos depois foram inocentadas. O que chama atenção é que, segundo Mizanzuki, não se sabia nem mesmo onde a ossada identificada como de Leandro estava.

Ele disse que a delegada Patrícia da Paz, do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas, o Sicride, precisou encontrar onde a ossada estava guardada.

A coletiva da última sexta-feira, em que a Segurança Pública do Paraná apresentou a descoberta do caso não trazia informações precisas de qual a ossada tinha sido identificada como de Leandro. Somente no sábado é que foi confirmado que se tratava daquela encontrada em 93. A identificação foi possível por meio de DNA mitocondrial, um exame genético considerado mais sensível e assertivo, mesmo com material bastante deteriorado, como era o caso. Estes fragmentos foram comparados então com o material genético da mãe de Leandro e apresentaram compatibilidade de 99,99%. Segundo especialistas, exames falsos negativos podem ser gerados por contaminação, no entanto, exames genéticos falsos positivos são extremamente improváveis.

A identificação é parte de uma campanha nacional que visa encontrar pessoas desaparecidas, os fragmentos foram encaminhados para uma nova análise no laboratório da Polícia Federal em Brasília. Restam 26 crianças desaparecidas no Paraná. Outros sete fragmentos ósseos estão sendo analisados e vão ser comparados com amostras genéticas de familiares.

Com o resultado, a Polícia Civil informou que vai pedir a reabertura do inquérito do caso Leandro Bossi, arquivado pela justiça, para apuração de eventual crime de homicídio. O inquérito vai ficar a cargo da delegacia de Guaratuba, no litoral do Estado.

Reportagem: Amanda Yargas.

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felipe.costa

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