Gilmar Mendes deve ser declarado “persona non grata” em Curitiba
Vereadores iniciaram a discussão hoje, mas por falta de tempo a votação ficou para terça-feira
Duas décadas após ser declarado Cidadão Honorário de Curitiba, o ministro do STF Gilmar Mendes deve se tornar “persona non grata” na capital paranaense. A Câmara Municipal iniciou nesta segunda-feira (15) as discussões sobre duas moções de repúdio ao jurista. A sessão plenária foi encerrada ao meio-dia e a votação deve ser retomada amanhã (terça, 16). A discussão entrou na pauta após entrevista de Gilmar ao programa Roda Vida, da TV Cultura, na qual o ministro afirmou que Curitiba “gerou Bolsonaro” e tem o “germe do fascismo”.
Uma das autoras da moção coletiva de desagravo, vereadora Indiara Barbosa (Novo), argumentou que ofensas como essa não podem ser ignoradas.
O vereador Angelo Vanhoni (PT) alegou em plenário que a fala de Gilmar Mendes não era direcionada à cidade como um todo, mas à força-tarefa Lava Jato com sede em Curitiba. Dessa forma, o parlamentar reconheceu que o ministro do STF não estava errado ao criticar a atuação ilegal de alguns juízes e procuradores.
Com a repercussão negativa, Gilmar Mendes corrigiu a expressão no dia seguinte à entrevista ao Roda Viva. Segundo ele, o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol agiram em conluio com fins políticos. Atualmente, ambos atuam no Congresso. Moro e Dallagnol se manifestaram sobre as críticas e negaram as acusações.
Além de críticas na Câmara Municipal de Curitiba, a fala também foi comentada pelo prefeito Rafael Greca (PSD) e pelo governador Ratinho Junior (PSD), que classificou o posicionamento como “infeliz” e um “ataque gratuito aos curitibanos”.
Reportagem: Angelo Sfair