Metalúrgicos da Renault que operam a fábrica de São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, realizam uma nova assembleia na próxima segunda-feira (23). Ontem (19), os trabalhadores decidiram manter a greve iniciada no dia 6 de maio. A paralisação afeta a principal linha de produção da montadora no Brasil, onde são produzidos modelos como Sandero, Logan e Kwid. Sem previsão de encerramento, e com uma nova reunião marcada para a semana que vem, a greve deve completar 18 dias.

Os funcionários da Renault questionam mudanças recentes nas regras de pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), contestam a redução do quadro de trabalhadores e fazem exigências salariais. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), uma proposta de conciliação foi apresentada pela entidade na quarta-feira (18). No entanto, a empresa não teria retornado a oferta até a realização da assembleia de ontem (19).

Na proposta mais recente, a entidade solicitou PLRs de aproximadamente 23 mil reais neste e no próximo ano, reajustes salariais de 13% neste ano e 10% no ano que vem, para recompor integralmente as perdas com a inflação, e um vale-mercado de 850 reais, com reajuste de 10% em setembro.

A Renault do Brasil, em nota, afirmou que segue disposta a negociar com os trabalhadores. A montadora também afirmou que a contraproposta apresentada ao sindicato no início da semana contempla todos os pedidos da entidade, exceto a garantia da PLR. Segundo a empresa, desvincular o prêmio às metas de produtividade viola a legislação federal.

Reportagem Angelo Sfair