Quase 7 meses após o crime, o guarda municipal suspeito de atirar e matar um jovem no Largo da Ordem foi demitido da corporação. A exoneração foi publicada ontem (quarta-feira, 6) no Diário Oficial do município. Matheus Silva Noga, que tinha 22 anos, foi morto no dia 11 de setembro de 2021, depois de uma confusão no Largo. Além dele, outras duas pessoas foram baleadas e ficaram feridas. O guarda Alessandro Toso foi submetido a processo administrativo que concluiu que ele infringiu a conduta do cargo. O servidor estava afastado da função desde setembro do ano passado.

Para a advogada Eliana Faustino, que representa a família da vítima, a demissão é um alento e traz expectativas de avanços no âmbito criminal.

Em depoimento à polícia, na época do crime, guardas colegas de Alessandro disseram que o agente trocou a munição da arma por uma menos letal antes de atirar. No boletim de ocorrência, os guardas relataram que havia uma confusão generalizada em frente à Igreja do Rosário. Várias pessoas se agredindo e, neste momento, a equipe tentava controlar a situação. O boletim apontou, ainda, que após pessoas que estavam na multidão passarem a agredir a equipe, arremessando garrafas de vidro “um dos guardas entrou na viatura, fez o procedimento de troca de munição para menos letal, saiu da viatura e efetuou dois disparos com o intuito de repelir a injusta agressão”.

Em entrevista à BandNews FM, o tio de Matheus, Nivaldo Noga, que estava no local na hora dos tiros, contou que diferente do depoimento dos guardas não houve arremesso de garrafas ou outro tipo de situação que justificasse os disparos.

Câmeras de monitoramento, da própria Guarda, registraram toda a movimentação no local, desde a chegada dos agentes até o início da confusão. Em um primeiro momento, as imagens mostram os guardas dispensando uma aglomeração. Quando parte do grupo já aparece saindo do local, o guarda municipal Alessandro Toso atira. Conforme a Polícia Civil, foram feitos dois disparos, um deles de munição não-letal e outro com munição letal. Os tiros atingiram três pessoas, entre elas Matheus Noga. Ele chegou a ser encaminhado a um hospital, mas não resistiu.

A reportagem tenta contato com a defesa de Alessandro Toso. Além disso, a Guarda Municipal foi procurada e ainda não se posicionou. Já a Polícia Civil informou, em nota, que o inquérito policial do caso está na fase final e será concluído nos próximos dias.



Reportagem: Leonardo Gomes.