Homenagem à Marielle Franco é rejeitada na Câmara de Curitiba
Vereadores contrários à homenagem alegam que Marielle não tinha vínculo com Curitiba
Uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 2018 no Rio de Janeiro, foi rejeitada pela maioria dos vereadores de Curitiba. A ideia, conforme projeto de lei protocolado pela vereadora Carol Dartora (PT), era denominar um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) da cidade com o nome da parlamentar carioca. Por 17 a 11 votos, com 8 abstenções, a proposta foi arquivada durante sessão plenária de ontem (segunda-feira, 14).
Na Câmara, a proposta encontrou resistência dos vereadores. Sargento Tânia Guerreiro (PSL) e Osias Moraes (Republicanos), por exemplo, questionaram a falta de vínculo direto de Marielle Franco com a cidade de Curitiba, argumentando que isso é exigido pela legislação.
Já Éder Borges (Pode) e Ezequias Barros (PMB) questionaram atrelar o nome de uma creche à figura de Marielle Franco, que defendia pautas como aborto e a descriminalização das drogas. Para Denian Couto (Pode), Herivelto Oliveira (Cidadania) e Professor Euler (PSD), antes da questão de mérito, está o entendimento dos parlamentares de que a Câmara deveria suspender a votação deste tipo de projeto.
Esta foi a primeira vez em dez anos, que a Câmara Municipal de Curitiba rejeitou em plenário um projeto de denominação de bem público não especificado. Dartora defendeu a importância da proposição. Ela recebeu apoio de parte dos parlamentares como Dalton Borba (PDT) e Maria Letícia (PV).
A discussão do projeto ocorreu no dia em que completou quatro anos da morte da vereadora. Na ocasião, também foi morto o motorista e assessor parlamentar Anderson Gomes. Até o momento, o crime ainda não foi solucionado.
Reportagem: Leonardo Gomes.