Os hospitais que atendem exclusivamente pelo SUS enfrentam um desafio a cada ano, para manter as contas em dia. Se por um lado, os atendimentos aumentam na velocidade da disseminação das doenças infecciosas, por outro, o recurso que deveria chegar, de forma proporcional à realidade, para no meio do caminho.

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Para se ter uma ideia do tamanho do problema, desde 1994 quando foi criado o Plano Real, a tabela do SUS foi reajustada em 93%. Já a inflação oficial do país, medida pelo IPCA, chegou a 637%, no mesmo período.

Essa realidade obriga que os hospitais, especialmente os filantrópicos, dependam cada vez de outras fontes de recurso, muitas vezes de doação voluntária. Uma dessas instituições é o Hospital Cajuru, em Curitiba, que pede a destinação de parte do imposto de renda dos paranaenses.

O coordenador de captação de recursos do hospital, Marco Sanfelice, diz que o valor arrecadado com as doações será aplicado em melhorias no Cajuru, já no segundo semestre.

De acordo com as regras da Receita Federal, é possível doar até 3% do imposto devido diretamente aos hospitais que atendem exclusivamente pelo SUS.

Esse é o caso do Hospital Cajuru, que para além de prestar o atendimento somente ao sistema público, não tem fins lucrativos.

O valor da doação sai do montante que o contribuinte está obrigado a pagar à receita. Ou seja, quem doa não gasta a mais com o ato.

A doação somente é possível no modelo completo da Declaração do Imposto de Renda. Para doar, o contribuinte precisa declarar os valores na aba “Doações Diretamente na Declaração”. Nessa seção é possível fazer o cadastro da instituição para a qual quer doar e direcionar a quantia desejada.

Reportagem: David Musso