Inflação em Curitiba bate recorde em abril
Desde 1999, nunca foi tão caro viver em Curitiba. O motivo vem dos números: o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na capital foi de 2,36% em abril. O indicador, calculado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), é o maior já registrado no mês nos últimos 16 anos. A alta foi impulsionada principalmente pelo vilão da cesta básica: a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) passou de 12 para 18% após a aprovação de um pacote de medidas de austeridade proposto pelo governador Beto Richa, em dezembro do ano passado. O objetivo era aumentar a arrecadação do estado. Mas, os efeitos já são evidentes no bolso dos paranaenses. Alimentos, bebidas, vestuário. Nada escapou do aumento. Quem percebeu o peso dos números é a designer de interiores Liliana Nakakogue. Ela já sentiu que, em Curitiba, os preços para renovar o guarda-roupa para o inverno deste ano não vão ser dos mais convidativos.
A coordenadora de comunicação Stephanie Stringari sente que a cada ida ao supermercado, a quantidade de produtos trazidos para casa diminui. Ela ainda lembra quando apenas 100 reais eram suficientes para manter os armários abastecidos por um bom tempo.
A sensação de que o dinheiro vale cada vez menos tem um motivo: a inflação. Só em Curitiba, o índice foi o dobro do que o registrado em todo o Brasil: 2,34% em abril, segundo o IBGE. A economista Solídia Santos explica que os números comprometem o poder de compra do consumidor.
Apenas nos primeiros quatro meses deste ano, o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, em Curitiba e Região Metropolitana, já acumula alta de 5,59%. Nos últimos 12 meses, a inflação na capital já é de mais de 9% – segundo maior índice do Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro.