Toda sexta-feira, uma dupla de estudantes de psicologia percorre os corredores do Hospital do Idoso Zilda Arns, em Curitiba, com uma cesta de flores nas mãos. Com gentileza e sorrisos, elas visitam os quartos dos pacientes internados e entregam as flores de papel aos familiares e acompanhantes deles. São convites para os grupos de apoio psicológico do Projeto Cuidadosamente, criado e desenvolvido pelas estagiárias Andreza Cristina da Silva e Franciele dos Santos Pombal.

As flores são feitas pela mãe de Andreza, que tem habilidades com trabalhos artesanais. E embora sejam simples, Franciele conta que elas chamam a atenção pelo que representam.

Orientadas pela equipe multidisciplinar do Hospital e por professores, as estagiárias não estão ali como tantos outros grupos voluntários levando atenção diretamente aos pacientes – mas sim àqueles que também sofrem muitas angústias no ambiente hospitalar, só que não costumam receber tanta atenção.

Medo de perder quem ama, culpa por não conseguir estar tão presente e o sentimento de incapacidade ao ver alguém querido doente são alguns dos relatos de quem divide a rotina com um quarto de hospital. O psicólogo da instituição, Henrique Shody Hono Batista destaca que o retorno de quem participou dos grupos é positivo.

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A iniciativa começou em agosto de 2022. Franciele relembra alguns momentos marcantes para as estudantes, especialmente por perceberem a transformação na vida dos participantes dos grupos. De forma lúdica, por exemplo, elas promoveram um “bingo do autocuidado”.

A experiência para as estagiárias também foi transformadora. Andreza conta que o aprendizado adquirido durante o Projeto foi essencial para o desenvolvimento profissional.

As atividades encerraram no fim de novembro. Mas para 2023, a expectativa é manter o Projeto ativo, com novos alunos de psicologia, dando a eles desenvolvimento profissional enquanto oferece aos participantes o acolhimento necessário. 

Ana Flavia Silva