A intenção de consumo das famílias em abril caiu 24%, em um ano, segundo indicador da Confederação Nacional e da Federação de Comércio do Paraná. Desde que o índice começou a ser calculado, em 2010, nunca a intenção de consumo das famílias esteve tão baixa, nessa época do ano. Na comparação com o mês passado, esse valor recuou 5,3%. A maior parte dos paranaenses, pelo menos 83%, acredita que o consumo de suas famílias e da população em geral tende a ser menor do que no passado. Além da intenção, o nível atual de consumo também sofreu um baque significativo neste mês. A baixa em relação a março passou dos 12%; no comparativo com abril de 2015, o nível atual de consumo está 42% menor. Neste cenário, mais de 55% dos paranaenses avalia que este é um mau momento para o consumo de bens duráveis e de maior valor. A coordenadora de pesquisa da Fecomércio, Priscila Takata, aponta que o pessimismo não perdoa nem mesmo quem está colocado no mercado de trabalho.

O ambiente de instabilidade também dificulta o acesso ao crédito. Para pelo menos 47% dos paranaenses está mais difícil ter acesso a financiamento; o acesso ao crédito até apresentou recuperação de cerca de 7% em abril, na comparação com o mês passado, mas registrou recuo de 33% no cálculo anual. O melhor desempenho do índice de intenção do consumo foi registrado entre 2012 e 2013, época em que o governo federal estimulou o crédito e incentivou setores específicos da economia.

Mesmo com as dificuldades, 65% dos entrevistados dizem que a situação da renda deles melhorou na comparação com abril de 2015. O indicador da intenção de consumo das famílias fechou o mês em cerca de 83 pontos; nos últimos seis anos, desde que a pesquisa começou a ser feita, nunca o índice havia ficado aquém dos 109 pontos.