A Justiça Federal do Paraná retoma nesta sexta-feira (28) os depoimentos de réus em ações penais decorrentes da Operação Lava Jato. Em audiência marcada para às duas horas da tarde, o juiz Sérgio Moro vai tomar os depoimentos de Carlos Habib Chater, André Catão de Miranda, André Luis dos Santos e Ediel Viana. Dos quatro, apenas Chater permanece preso. Na denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Ediel Viana da Silva é apontado como braço-direito e laranja do doleiro Carlos Habib Chater, descrito como um dos quatro cabeças do esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas desmantelado pela Polícia Federal em março deste ano.

Segundo as investigações, parte do dinheiro obtido com as fraudes na Petrobras passava pelas contas de um posto de combustíveis que pertence Habib Chater, em Brasília. Além de Chater, os doleiros Nelma Kodama e Alberto Youssef são apontados pelo MPF como os outros operadores do esquema. Segundo investigações, foram lavados cerca de 10 bilhões de reais. Um dos advogados de Alberto Youssef, Tracy Reinaldet, esteve na sede da Polícia Federal na tarde desta quinta-feira (27) e informou que o doleiro não deve acompanhar a audiência. Pela lei, o acusado tem o direito de participar dos atos processuais, mas o advogado esclarece que pela saúde debilitada do doleiro a Justiça Federal achou prudente que ele não compareça.

O doleiro é réu em seis ações penais. Uma delas, referente a acusação de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas, Youssef já foi absolvido. E ainda para esta sexta (28) vence o prazo de prisão temporária de Adarico Negromonte Filho, último preso a se entregar à polícia federal. Ele é suspeito de transportar dinheiro em espécie do escritório do doleiro Alberto Youssef para outros envolvidos no esquema. A defesa de Negromonte está pedindo a revogação da prisão temporária pelo fato de ele ter 70 anos. O Ministério Público Federal já solicitou a prisão preventiva, mas a Justiça Federal ainda vai avaliar o caso.

De acordo com a Justiça Federal, pelo menos cinco processos, dos 12 desencadeados pela Operação Lava Jato devem ter um parecer final até o início do recesso do judiciário, que está previsto para começar no dia 19 de dezembro. O julgamento de mérito desta fase mais recente da operação deve ficar só para o ano que vem