O juiz federal Sérgio Moro pediu para que os protestos marcados para o próximo domingo – tanto os contra quanto os a favor do governo, aconteçam sem atos de violência. O apelo do magistrado responsável pelas ações da operação Lava Jato aconteceu durante uma palestra no 2º Fórum Transparência e Competitividade, realizado na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Apesar de ressaltar que essa não seria sua função, Moro disse que se sentia na obrigação de pedir por calma.

O juiz criticou afirmações de que os investimentos no Brasil sofrem prejuízos devido a operação Lava Jato, o que estaria contribuindo com a crise econômica. Como exemplo da necessidade das investigações, Moro citou o caso da Refinaria de Abreu e Lima, que saltou de um orçamento de US$ 2,4 bi em 2005 para US$ 18 bi em 2015.

Explicando o que classifica como um ‘sistema de corrupção sistêmica’, o juiz lembrou a sentença que deu a um ex-parlamentar do Partido Progressista, que também foi condenado pelo processo do mensalão. Moro disse que ficou assustado ao analisar o caso já julgado, pois, de acordo com provas, o político recebia propinas mesmo enquanto era julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Embora não tenha citado nomes, o único ex-parlamentar do PP que se enquadra na descrição é Pedro Corrêa, atualmente preso no Complexo Médico-Penal de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.