Multa registrada quase na mesma hora do acidente de Carli Filho é encaminhada ao MP
Uma suposta multa aplicada a um motorista por uma infração cometida no mesmo dia e quase na mesma hora do acidente envolvendo o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho pode trazer novos contornos ao caso. O documento foi entregue recentemente à família de uma das vítimas e agora deve ser encaminhado ao Ministério Público.
De acordo com a deputada federal Christiane Yared, mãe de Gilmar Rafael Souza Yared, morto no desastre, o condutor ficou comovido com a suspensão do julgamento de Carli Filho e, por isso, decidiu se manifestar. A infração cometida por ele teria sido registrada por um radar próximo ao local da batida e apenas quatro minutos antes, o que sugere que os equipamentos da Consilux funcionavam perfeitamente, ao contrário do que a empresa alegou na ocasião.
A informação sobre a existência da multa foi divulgada nas redes sociais por Gilmar Yared, pai de Rafael, que morreu no acidente junto com Carlos Murilo de Almeida. A Prefeitura já confirmou a veracidade do documento.
Na época do desastre, a Consilux, que administrava os radares de Curitiba, informou que teria ocorrido um “apagão” sobre uma das faixas e que isso comprometeu o registro de imagens. Para Christiane, o documento comprova que isso não é verdade.
Procurada pela BandNews na manhã desta quarta (20), a Consilux esclareceu apenas que os radares de Curitiba eram alugados para a Prefeitura e que todos os dados eram sigilosos e periodicamente encaminhados criptografados ao Diretran. A empresa afirmou ainda que não tem mais acesso às informações, o que inclui os relatórios de manutenção dos equipamentos.
Na época, a Urbs esclareceu que entregou à polícia as listagens originais com a relação de veículos detectados com placas reconhecidas e não reconhecidas pelo LAP, o Leitor Automático de Placas dos radares, e que esse dispositivo não funciona 100% em todos os casos.
Carli Filho é acusado de matar os dois jovens no acidente de trânsito registrado em maio de 2009. O inquérito policial mostrou que ele dirigia entre 161 e 173 km/h no momento da batida. Ele também apresentava sinais de embriaguez e estava com a carteira de habilitação suspensa por excesso de multas de trânsito.
A reportagem não teve acesso ao sistema do Detran para consultar os detalhes da multa porque a identidade do motorista é preservada pela família Yared.