B.O registra agressões e ameaças à mulher morta em Araucária
O soldado-aluno da PM matou a ex-companheira, o advogado e depois se suicidou
A jovem Vanessa de Souza Camargo, de 24 anos, que morreu após ser baleada pelo ex-companheiro nesta terça-feira (20), em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, já havia registrado um boletim de ocorrência por ameaça de morte e agressões por parte dele.
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No documento, que é do ano passado, a vítima relatou que teve um relacionamento durante nove meses com Luan Lucas Cardoso, de 28 anos, que era aluno-soldado da Polícia Militar. O delegado responsável pelo caso, Eduardo Krüger, explica que Vanessa registrou que durante a relação deles Luan passou a ser muito violento e a agrediu com tapas, apertões, além de ameaças.
As agressões teriam causado o término da relação dos dois. Em um trecho do boletim de ocorrência, Vanessa afirma que o ex-companheiro dizia que estava disposto a matar ou morrer e que por ser policial andava sempre armado. No relato, a jovem disse ainda que Luan foi até a casa dos pais dela e fez menção de estar armado enquanto a ameaçava.
Segundo o delegado, a principal linha de investigação é de um feminicídio pelo fato de o homem não aceitar o fim do relacionamento.
Na manhã desta terça, Vanessa aguardava para realizar um teste de DNA quando foi atingida pelos disparos. O ex-companheiro da vítima ainda atirou contra Henrique Bueno Paquete, de 30 anos, que prestava assistência jurídica à Vanessa. O advogado também morreu. O bebê, de apenas 40 dias, ficou ferido com a queda e foi levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araucária.
De acordo com a Polícia Militar, testemunhas relataram que o homem efetuou os disparos depois de uma discussão com Vanessa, na recepção da clínica onde o teste de DNA era realizado, em frente aos clientes e funcionários do local. O delegado destaca que não há indício de que o advogado morto tivesse algum problema com Luan. Ele teria morrido apenas por estar acompanhando a vítima.
Luan Cardoso era soldado-aluno da Polícia Militar, lotado na Cirocan, Companhia Independente de Rondas Ostensivas com Motocicletas. Ele se suicidou após cometer o duplo homicídio. O caso é investigado pela Delegacia da Mulher de Araucária.
Reportagem: Leo Coelho