Pacientes em tratamento no Hospital de Clínicas de Curitiba não têm conseguido encontrar uma série de remédios controlados no setor de Hematologia/Oncologia. Um desses remédios é o Hydrea, usado pela paciente Silvana Fontoura no tratamento de uma Trombocitemia Essencial.

A doença é um tipo de câncer no sangue, que se origina a partir do mau funcionamento das células tronco. Com ela, o corpo produz plaquetas em excesso, que podem bloquear os vasos e resultar em uma embolia. Silvana descobriu a doença há dois anos e meio e que precisa tomar o remédio duas vezes por dia. Quando ela foi repor o estoque no HC, descobriu que o remédio era um dos que não estava disponível.

Sem expectativa de conseguir o remédio na rede pública, Silvana já raciona o uso dos comprimidos e passou a tomar apenas um por dia.

O remédio tem valor médio de R$ 170 reais. A reportagem entrou em contato com a farmácia do Hospital de Clínicas e confirmou a falta do medicamento.

A precariedade no hospital vai muito além de áreas específicas. Segundo o diretor do Sinditest – sindicato que representa os trabalhadores do setor, Márcio Palmares, itens básicos de trabalho, como luvas descartáveis, soro fisiológico, seringas, álcool gel e outros medicamentos também estão em falta.

Por meio da assessoria de imprensa o HC informa que, anualmente, devido a questões orçamentárias, ocorrem faltas pontuais de medicamentos e materiais. No final de 2015 o hospital contou com o apoio da Associação dos Amigos do HC que realizou uma compra de aproximadamente R$ 1 milhão em insumos. A assessoria diz ainda que, com isso, no início de 2016, as faltas pontuais de insumos já foram regularizadas.