A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) confirmou que ossada analisada como sendo de Leandro Bossi, é a mesma que foi encontrada em fevereiro de 93 na mata onde também foi encontrado, no ano anterior, o corpo de outra criança: Evandro Ramos Caetano de seis anos.

Na época um exame de DNA havia apontado que os ossos eram de uma menina. Agora, esses fragmentos foram enviados para o laboratório da Polícia Federal em Brasília e submetidos a um teste de DNA mitocondrial, que é uma técnica mais sensível e assertiva. Foi feita então uma comparação com o material genético da mãe, com resultado de 99,99% de compatibilidade. E depois de 30 anos sem respostas, a confirmação foi feita pelo secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita.

Leandro Bossi desapareceu em 15 de fevereiro de 1992, durante um show em Guaratuba, no litoral do Estado. Na época ele tinha sete anos de idade. Menos de dois meses depois, foi registrado o desaparecimento de outra criança na cidade, o menino Evandro Ramos Caetano, de seis anos. O corpo de Evandro foi encontrado cinco dias depois, em 11 de abril, em um matagal, sem vários órgãos e com os pés e mãos amputados. O caso teve grande repercussão e a morte chegou a ser ligada a rituais religiosos, duas irmãs e três pais de santo foram presos suspeitos de participação no crime. Elas ficaram conhecidas como as bruxas de Guaratuba e somente anos depois foram inocentadas. Mas o desaparecimento do menino não havia sido até então solucionado.

Apesar dessa ossada ter sido encontrada em fevereiro do ano seguinte no mesmo local, não havia confirmação de que eram de Leandro. E agora, apesar da compatibilidade confirmada, ainda restam importantes informações pendentes quanto a morte da criança. Segundo a delegada do Sicride, Patricia Nobre estes esclarecimentos só serão possíveis com a análise do inquérito do caso, que está arquivado em Guaratuba.

O irmão de Leandro, Lucas Bossi, considerou a demora como traição.

No Paraná restam 26 crianças desaparecidas. Outros sete fragmentos ósseos estão sendo analisados em Brasília e serão comparados com amostras genéticas das famílias.

Reportagem Vanessa Fontanella