Os casos de compartilhamento de fotos íntimas em sites e aplicativos de celulares quadruplicaram no Brasil nos últimos dois anos. Os dados são da ONG SaferNet e foram utilizados como base para uma campanha lançada pela prefeitura de Curitiba contra a exposição da privacidade, principalmente de mulheres, na internet. Entre as mídias utilizadas na campanha está um vídeo que começa com imagens borradas que dão a entender que na sequência virá uma gravação erótica. Poucos segundos depois, aparece a seguinte mensagem: “se não é pra você, é melhor nem ver”. De acordo com a Secretária Municipal da Mulher, Roseli Isidoro, a intenção da campanha é alertar que o compartilhamento de vídeos íntimos é crime. Ela explica que não apenas o autor pode ser responsabilizado, mas todos que forem identificados divulgando o material podem responder a um processo.

As mulheres são as principais vítimas da chamada “pornografia da vingança”. De acordo com levantamento da Ong SaferNet, 81% das mulheres são alvo dessa prática e 28% delas têm entre 18 e 25 anos de idade. Em 2014, 224 internautas buscaram ajuda da organização para denunciar a pornografia da vingança. A campanha da prefeitura de Curitiba, batizada de “Mulheres incompartilhaveis”, pretende justamente fazer com que a população tenha uma mudança de comportamento diante de imagens recebidas pelas redes sociais e que não tenham o consentimento da vítima.

Os telefones para denúncia são: o 180, que é da Central de atendimento à Mulher do Governo Federal e o Disque 100, que é da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República. Os dois números funcionam 24 horas todos os dias da semana.