2015 já ficou marcado pela violência contra os ciclistas no trânsito de Curitiba e Região Metropolitana. ONGs que integram o movimento sob duas rodas na cidade estimam que, só neste ano, 17 pessoas perderam a vida enquanto andavam de bicicleta. Os números, não-oficiais, retratam os perigos para os ciclistas não só em acidentes de trânsito, mas também em casos de reação a assaltos e brigas quando se usa o meio de transporte, como explica o jornalista e autor do blog Ir e Vir de Bike, Alexandre Nascimento.

Nos últimos três dias, quatro pessoas morreram vítimas do trânsito enquanto andavam de bicicleta, em Curitiba e região. Na manhã de segunda (08), um ciclista foi atropelado por um micro-ônibus no bairro Cristo Rei e não resistiu aos ferimentos causados pelo acidente. O veículo levava pacientes de Campo Magro para o Hospital de Clínicas. No último sábado, três adolescentes morreram depois de baterem de frente com um caminhão em Campina Grande do Sul, na grande Curitiba. As imagens do circuito de segurança da concessionária que administra a BR 116 mostram que os meninos, todos na mesma bicicleta, invadiram a pista em que estava o caminhão. O motorista não teve tempo de desviar e acabou atingindo os jovens, que morreram na hora. O condutor, de 23 anos, não estava alcoolizado e se apresentou à delegacia de Campina Grande do Sul. De acordo com a Polícia Civil, o rapaz deve responder por lesão corporal seguida de morte. Alexandre Nascimento explica que o número de acidentes e de mortos só vai diminuir quando cada componente do trânsito seguir as leis de trânsito.

De acordo com a Prefeitura de Curitiba, foram oito os ciclistas mortos na cidade desde o início deste ano. Para o assessor da Coordenadoria de Mobilidade da Setran, Jorge Brand, a atitude do ciclista também tem sido fator influenciador no número de acidentes.

A imprudência tem um preço: um estudo divulgado pelo blog Ir e Vir de Bike mostra que os acidentes de trânsito que envolveram bicicletas em Curitiba custaram quase R$ 30 milhões de reais aos cofres públicos só no ano passado. Os valores se referem aos impactos diretos e indiretos para os governos municipal, estadual e federal. O cálculo tem como base uma metodologia de estudos aplicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).