Com a oferta bem-sucedida de ações confirmada nesta terça-feira (8), a Copel deve ser privatizada nos próximos dias. A ação foi precificada em 8 reais e 25 centavos por papel. A venda da Companhia Paranaense de Energia deve movimentar, pelo menos, 4 bilhões e meio de reais. A operação, no entanto, pode se prolongar até setembro, com a possibilidade de movimentar mais de 5 bilhões e 200 milhões de reais.

O Governo do Paraná, que atualmente detém 31,1% do capital social da empresa, deve reduzir a participação para 15% e abrir mão da posição de acionista controlador. Dessa forma, a Copel vai se transformar em uma “corporation” – ou seja, uma empresa sem um controlador definido. O plano de desestatização, no entanto, deve garantir ao Paraná o poder de veto para assuntos sensíveis.

O modelo de privatização da Copel é inspirado no caso Eletrobrás. Alguns mecanismos foram estabelecidos para que nenhum acionista ou grupo de acionistas tenha mais de 10% do poder de voto. Da mesma forma que ocorreu no processo da empresa nacional, a desestatização da Companhia Paranaense de Energia também envolveu a renovação de concessões de hidrelétricas. Portanto, as usinas também recebem recursos bilionários.

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A venda das ações da Copel na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, é coordenada pelo BTG Pactual, com participação de Itaú, Bradesco, USB BB e Morgan Stanley. O lote base da oferta de ações é composto por mais de 549 milhões de papéis. Um lote suplementar, equivalente a 15% das ações ofertadas, também será aberto ao mercado. Por isso, a privatização deve movimentar entre 4 bilhões e meio e 5 bilhões e 200 milhões de reais, caso o lote complementar seja inteiramente executado.

Uma das maiores elétricas do Brasil, a Copel tem um portfólio de ativos espalhados por 10 estados do Brasil, considerando as redes de geração, distribuição e transmissão de energia. A atuação mais forte é no Paraná. Quase a totalidade dos municípios do estado é atendida pela companhia. A empresa tem mais de 5 milhões de clientes paranaenses, quase 10 mil quilômetros de linhas de transmissão e um parque gerador de 7 gigawatts, com destaque para as usinas de fontes renováveis.

Reportagem: Angelo Sfair